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Église Saint-Séverin – Paris

Em Paris encontramos na rue des Prêtres-Saint-Séverin, no Quartier Latin (5º arrondissement), pertinho da Catedral de Notre Dame, a Igreja de Saint-Séverin.

A história desta Igreja católica romana, uma das mais antigas de Paris, tem início no século VI, com o devoto eremita Séverin, que costumava rezar em um pequeno oratório rudimentar. Após sua morte, foi erguida no local uma modesta igreja românica.

No século IX, a referida igreja foi destruída pelos vikings e, posteriormente, reconstruída. Em 1448, durante a “Guerra dos Cem Anos”, a Igreja Saint-Séverin foi parcialmente destruída pelo fogo. Depois, ela foi reconstruída em estilo gótico, passando por várias reformas e transformações ao longo dos séculos seguintes. A partir de 1520, a Igreja passou a ter a aparência que tem hoje.

Transcrevo, abaixo, um trecho da famosa “Carta de Paris”, feita pelo Professor Rosemberg ao Dr. Tarantino, em 18 de junho de 1988, em que ele se refere a Igreja Saint Severin

“Hoje é domingo. Se vocês forem à missa eu os acompanharei, se não forem iremos do mesmo modo, porque Henrique IV tinha razão: “Paris vale uma missa”. Não iremos, porém, a St. Germain, St. Sulpice, nem a Notre Dame e outras similares. Nestas as missas, embora com mais pompa e brilho, são semelhantes às da Candelária no Rio e da Sé aqui em S. Paulo. Vamos assistir uma missa empolgante, que nos aproxime mais do Eterno, se é que ele existe. Vamos à St. Severin, outra maravilha gótica esquecida, edificada no século XIII. A histérica sobrinha de Luís XIV (não sei por que a chamavam de Grande Mademoiselle) brigou com sua paróquia e por pirraça resolveu dotar St. Severin com tudo que fosse novidade para maior eficiência do culto; inclusive trouxe da Alemanha notável órgão que aqui está intacto até hoje. Ao som celestial desse instrumento ouviremos ferventes oratórios. Depois, silêncio… Aí começa um sussurro, que vai se avolumando, de vozes sem modulações que no crescendo avassalam toda a nave e se eleva pela abside. É o mais autêntico canto gregoriano do século XI dos frades beneditinos da Abadia de São Pedro de Solesmes, os quais se notoriarizaram pelo cantochão que desenvolveram. Imensa paz nos invade e aí percebemos como o gregoriano e o gótico se fundem para criar fundo clima de religiosidade. É como se fossemos transportados para 800 anos atrás. A St. Severin é de gótico flamejante e sua maravilha está no duplo deambulatório do coro; miríades de nervuras do nartex retumbam nas colunas semelhantes a palmeiras. Não há dúvida, a maior manifestação artístico-estética da Idade Média é o gótico”.

 

 

dra. ana

 

 

Autora: Dra. Ana Margarida Arruda Rosemberg, médica CRM 1782-CE, historiadora, imortal da Academia Cearense de Medicina e Conselheira do Jornal do Médico.

 

 

 

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