fbpx

Quanto vírus exala uma pessoa com COVID-19?

Que um “superdisseminador” com a variante Omicron derramou três vezes mais RNA viral do que aqueles com Alpha ou Delta.

 

As pessoas infectadas com as variantes altamente transmissíveis Alpha, Delta e Omicron do SARS-CoV-2, expelem maiores quantidades de vírus do que as infectadas com outras variantes, de acordo com um novo estudo. Além disso, indivíduos que contraem a COVID-19 após a vacinação, e mesmo após uma dose de reforço, ainda liberam o vírus no ar. O trabalho foi postado no servidor de pré-impressão medRxiv em 29 de julho. Ainda não foi revisado por pares.

“Esta pesquisa mostrou, que todas as três variantes que venceram a corrida da infecção, saem do corpo com mais eficiência quando as pessoas falam ou gritam, do que as primeiras cepas do coronavírus”, diz John Volckens, engenheiro de saúde pública do Colorado State, Universidade em Fort Collins.

A coautora do estudo, Kristen Coleman, que pesquisa doenças infecciosas emergentes na Universidade de Maryland em College Park, diz que isso significa, que as pessoas devem “pressionar os governos a investir na melhoria da qualidade do ar interno, melhorando os sistemas de ventilação e filtragem”.

Expire

Para o estudo, Coleman e seus colegas recrutaram 93 pessoas entre meados de 2020 e início de 2022, que foram infectadas com SARS-CoV-2. As infecções dos participantes foram causadas por diferentes cepas, incluindo a variante Alpha, que surgiu no final de 2020, e as variantes Delta e Omicron posteriores. Todos os participantes com as duas últimas cepas foram totalmente vacinados, antes de contraírem o vírus.

As pessoas infectadas enfrentaram um aparato em forma de cone e cantaram e gritaram, com tosses e espirros inevitáveis por 30 minutos, enquanto uma máquina acoplada coletava as partículas que exalavam. O dispositivo, chamado Gesundheit-II, separou as finas gotículas de ‘aerossol’ medindo 5 micrômetros ou menos de diâmetro, que podem permanecer no ar e vazar através de panos e máscaras cirúrgicas.

A equipe descobriu que os participantes infectados com as variantes Alpha, Delta e Omicron emitiram significativamente mais RNA viral ao expirar, do que as pessoas infectadas com outras variantes. Isso inclui as variantes ancestrais, como a detectada pela primeira vez em Wuhan, na China, e aquelas não associadas a maior transmissibilidade, como a Gamma, que surgiu no final de 2020. Para participantes com Delta e Omicron, seu aerossol fino continha em média cinco vezes mais quantidade de vírus, que foi detectada em seu aerossol maior e mais grosso.

A equipe também infectou com sucesso células em laboratório com SARS-CoV-2, semeando-as com uma das quatro amostras de aerossol, cada uma de um participante com Delta ou Omicron. O vírus Shed nem sempre é infeccioso, diz o coautor do estudo Jianyu Lai, epidemiologista da Universidade de Maryland, e a capacidade das amostras de infectar células de laboratório significa que o RNA viral em aerossóis exalados pode espalhar a doença.

Malin Alsved, cientista de tecnologia de aerossóis da Universidade de Lund, na Suécia, diz: “Estou um pouco preocupado que eles misturem todos os aerossóis respiratórios, eles respiram, falam, gritam, tossem e até espirram na amostra”. Coleman responde que a equipe combinou amostras respiratórias para imitar um cenário da vida real, como estar em um restaurante.

Tornando-se viral

O estudo também destaca a variação entre os indivíduos nas quantidades de vírus exalados, que variaram de níveis não detectáveis, ​​​​até aqueles associados a ‘superdisseminadores’. Um participante infectado com Omicron, por exemplo, liberou três vezes mais RNA viral através de aerossol fino, do que o nível máximo observado naqueles com Alpha ou Delta. Os pesquisadores dizem que a raiz dessas discrepâncias permanece um mistério, mas pode estar relacionada a fatores biológicos, como a idade de uma pessoa. O comportamento também pode desempenhar um papel: o superdisseminador do estudo tossia com mais frequência do que outros.

Se novas variantes são mais propensas para a superdisseminação, isso pode levá-las a dominar os casos de COVID-19. A equipe observa que as pessoas infectadas com SARS-CoV-2 exalam quantidades muito menores de RNA viral do que as pessoas infectadas com influenza, uma doença comparável transmitida pelo ar. Isso sugere que o SARS-CoV-2 pode gerar variantes que transmitem ainda mais vírus.

“Isso é algo para se preocupar”, diz Alsved.

Referente ao comentário publicado na Nature

Autor:
Dr. Dylvardo Costa Lima
Pneumologista, CREMEC 3886 RQE 8927
E-mail: dylvardofilho@hotmail.com

Assine a nossa NewsLetter para receber conteúdos e informes sobre ações, eventos e parcerias da nossa marca: https://bit.ly/3araYaa

Este post já foi lido588 times!

Compartilhe esse conteúdo:

WhatsApp
Telegram
Facebook

You must be logged in to post a comment Login

Acesse GRATUITO nossas revistas

Send this to a friend