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“Caos”tigo do luto

Perder alguém que amamos, ou nos perder dentro dos nossos sonhos e desejos, é algo que cria um transtornante caos, e dificulta na reconstrução e reestruturação do psiquismo de quem o vivencia. É interessante que vivamos o luto, nos permitamos saber que somos humanos, e sintamos o efeito do novo inóspito trajeto. Entendamos o desarranjo e a desordem que precisamos consertar; e “concertemos” nossa mente com os acordes da alegria, da paz, do amor, da superação e da música da harmonia. Ele é um processo; é uma dor que carece ser cuidada. Não é fácil e sutil passar pelos danos oriundos da carga ou ônus do luto; quem não vivê-lo, porém, da maneira mais condizente possível, vai sentir o castigo do sofrer persistente, insistente e resistente. Que o futuro seja aliado e efeito do nosso bom comportamento no presente (acordemos pois, do peso desse pesadelo).

 

O luto é, em essência, a transformação da dor que a perda faz, no amor que a saudade traz. Somente as pessoas que amam sofrem as sequelas dele. Busquemos a cura, e entendamos ou estudemos a loucura que nos afeta, quando estivermos na imaginária dimensão que o luto nos posiciona. Seria possivel ou factivel, o luto matar alguém? Quando ingressarmos no rastro dele, devemos vivê-lo, com firmeza, força e coragem (para não morrermos com ele). Necessitamos transformar ou derrubar todos os contratempos e intempéries que a mente sofre ou cria (que não são poucos), para não ficarmos cimentados e estáticos na areia movediça desse caos. A comunicação dele produz uma grande tribulação. Mesmo que não queiramos, o luto nos faz mergulhar no mar da ignorância, da culpa e do dissabor; e nos esconde das benécias que o conhecimento nos oferece – se permitirmos, o tempo reveste esse acontecer. Precisamos, com habilidade, driblar os zagueiros do medo, da tristeza e da dor, e fazer o gol vencedor, da nova situação e da adaptabilidade.

 

Nesse texto, tento ingressar silenciosamente nas mentes de quem experimenta os roubos e arroubos das perdas e das mudanças indesejadas; e quero que essas palavras guilhotinem delas esse dano destruidor; ou, simplesmente, o transforme em amor. Aprendamos os ensinos: dos livros, dos vocábulos de conforto, dos impactos do tempo, dos prazeres escondidos, dos semeadores do bem; para controlar (e contornar) a pressão emocional que chafurda a mente e o coração. Aqui, não comparo o “caos”tigante sofrer de pessoas mais velhas ou mais jovens; nem dimensiono o tipo de luto, a intensidade de sua causa, ou a razão da sua existência; apenas coloco no pedestal de valor, que cada luto é único, e causa sim, um cáustico momento para ser solucionado, no viver de todos nós. A vida deve ser bem vivida (e valer a pena), mesmo com tudo que estaciona no seu caminho.

Voltemos ao rumo do autocontrole, e, pelo nosso sim, ao prumo da procura da cura (ou de algo assim). Renovemos a caixa do equilíbrio, aumentando a confiança e encontrando a esperança (essa criança que, nesse instante, precisa amadurecer). Ninguém teve, tem ou terá a capacidade de produzir um “dorômetro”, para dimensionar o fardo da dor, desse momento. A palavra caos, na sua origem etimológica, com sua tempestade e escuridão, desordem ou confusão, significa ABISMO. “Caos”tigo – que esse texto, seja também, uma ode de gratidão e uma melodia de paz, para todos que minoram o caos que a morte faz; e seja um louvor e uma homenagem às pessoas que dignificam a profundeza da luz e do amor, que a vida refaz.

 

 

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