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Oásis no fogo

“Assim como o pássaro é pego no laço e o peixe no anzol, assim também é o homem quando a adversidade der sobre ele de improviso”. Todos nós temos um óasis de paz e solução, dentro do fogo de nossas sofreguidões. O ser humano alberga no seu aparelho psíquico e nas enigmáticas entranhas de seu sangue e saber, a resolução de suas dúvidas, com uma poderosa força que desconhece. Desde que nascemos carregamos conosco um punhado de crenças, valores e desvalores. O bem e o mal se entremeiam nas nossas andanças. Há momentos que estamos mais frágeis; noutros, somos hercúleos nas vontades e nas necessidades. Tenho ciência que, dentro de nós existe um oásis de resistência, para enfrentar até mesmo aquilo que imaginamos não poder. Nietzsche disse: “toda convicção é uma prisão”; mas, nessa prisão do conhecimento ou da imaginação muitos se sentem libertos.

 

 

A todo o momento, gangorreamos os caminhos da vida por tortuosas decisões ou por certezas quase absolutas. Que sejamos felizes com nossas escolhas, pois elas mudam o rumo e o prumo da história. No instante que acreditamos estar num beco sem saida, afundando na areia movediça do medo, ou que ingressamos numa encruzilhada sem volta, ou nos queimamos com as ferozes dúvidas das difíceis decisões, aí também existe esse óasis; esse salvador, que em outro texto batizei de “Sol da noite”. O oásis, esse organizador do psiquismo, para muitas pessoas vem apenas do ato de pensar, da espiritualidade, do bem que o servir oferece, da essência, sensibilidade, ou sabedoria, da filosofia, do conhecimento em geral, do consolo que evita sofrer, dos tratadores que nos ajudam a vencer e a viver, da ilusão do que imaginamos não ter, da força do embutido Deus que em nós se esconde, ou de um “santo fogo” restaurador do espirito.

 

 

Ele também está na culpa que cortamos, na doação, na preciosa capacidade de relevar, no aperto de mão, no abraço que conforta, e na renovação da amizade. Esse oásis, algumas vezes, tem apenas uma gota que sacia a sede da necessidade; em outras ocasiões, é uma fonte perene e cristalina de água da solução. Nele, também existe a cura da loucura, que muitos trazem escondida. Louvemos o lento alento ou o talento rápido, de esconder, decifrar e triturar o que faz sofrer. A balança do tempo e do que temos e somos flui com velocidade variada, de acordo como aceitamos esse santo remédio do titulo; mais lento ou mais rápido, mais forte ou mais frágil, nas trilhas que criamos ou desconstruimos. O que verdadeiramente devemos fazer quando estamos diante de irresolúveis conflitos? Oásis do amor – necessitamos dele e dos outros para sermos o que queremos ou pensamos ser.

 

 

Rememoro que a Biblia diz: “a tristeza já destruiu a muitos e nela não há qualquer beneficio”. Lembremo-nos que nosso tempo aqui na terra é finito; consideremos cem anos. Os que leem esse texto façam o cálculo do seu fim. Por que muitos seres mesmo com tantos contratempos irradiam felicidade; e outros com tudo para tê-la são eternos sofredores? Interessante pensar que para esses últimos, principalmente, a solução da prisão que alimentam se encontra dentro de si mesmo, mas há precisão de outros para desalgemá-los. Onde está esse oásis? Na inconsciência, no amor, na capacidade de perdoar, no bem que se faz despretensiosamente, mais perto que pensamos, onde sabemos ou desconhecemos. Precisamos acreditar que ele existe, pois sua presença consola nas faltas impreenchíveis. Está embutido e adormecido nas imprecisões ou imprevisões do futuro. Deixemos que nas provações existam as lágrimas, quando não controlamos esse lago de emoções; pois com elas também, aprendamos e evitemos nos exigir mais do que o normal. Oásis no fogo – frutífera representação e simbologia do superar-se; você que pensa não tê-lo, tem. Que as ondas do mar dos pensamentos nos retirem dos crivos de nossas dores.

 

 

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