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Porque poderemos precisar de uma nova defesa contra novas variantes da COVID-19

No final de 2022, a Força-Tarefa de Emergência da Agência Europeia de Medicamentos alertou órgãos reguladores, governos e médicos europeus, de que é improvável que os anticorpos monoclonais autorizados para a COVID-19, sejam eficazes contra cepas emergentes de SARS-CoV-2. Os medicamentos antivirais continuam disponíveis, mas têm muitas limitações. E, claro, ainda existem as vacinas, que podem reduzir significativamente (mas não eliminar) o risco de casos graves e diminuir o número de mortes, embora tenham perdido a eficácia que outrora tinham no combate ao vírus original.

 

A pesquisa, portanto, precisa continuar. Os imunologistas continuam a procurar novos alvos, para sintetizar anticorpos monoclonais amplamente neutralizantes, para tratar ou prevenir a infecção. Esses resultados também podem levar a novas vacinas, que induzam imunidade mais duradoura, não apenas contra as milhares de subvariantes e versões recombinantes do SARS-CoV-2 identificadas em todo o mundo, mas também possivelmente, contra outros coronavírus, que podem surgir nos próximos anos. Um estudo conduzido em Stanford e publicado na revista Science Translational Medicine, deu um vislumbre de esperança, ao descobrir a eficácia amplamente neutralizante de alguns anticorpos produzidos por macacos, em resposta à vacinação com vacinas de subunidade monovalente com adjuvante AS03 (esqualeno).

 

A velocidade com que o vírus segue evoluindo, inviabilizou por enquanto, o plano de atualização anual das vacinas, inicialmente previsto no início da pandemia. Em 2020, os cientistas estavam pensando em atualizar as vacinas anualmente, com base nas variantes prevalentes da doença, semelhante à abordagem da gripe. Talvez esse dia chegue, mas, enquanto isso, os laboratórios seguem outros caminhos: encontrar epítopos de pico que se preservam mais do que outros cada vez que o vírus evolui, ou se concentrar em outras proteínas virais, que ainda conseguem induzir uma resposta de anticorpos neutralizantes.

 

Eventualmente, a inteligência artificial pode ser capaz de projetar anticorpos monoclonais personalizados, que possam ser ainda mais eficazes do que os naturais. Ou os pesquisadores podem mudar completamente de tática e desviar sua atenção para o hospedeiro, e não para o próprio vírus.

 

Essa é a abordagem de um estudo publicado na Nature Microbiology, que parte de uma suposição simples: o SARS-CoV-2 continua a modificar sua proteína spike, devido à pressão evolutiva dos anticorpos produzidos por milhões de pessoas infectadas, mas todas essas variantes e subvariantes, presentes e futuras, entram nas células por ligação, não apenas, mas principalmente, ao receptor ACE2. Em vez de neutralizar o vírus, por que não tentar bloquear seu acesso às células que ocupam a sua rota? Dessa forma, também poderíamos estar prontos para futuros sarbecovírus emergentes, que terão uma sequência de pico que ainda não pode ser prevista.

 

Pesquisadores da Universidade Rockefeller em Nova York, geraram seis anticorpos monoclonais humanos que se ligam ao receptor ACE2, em vez da proteína do pico, evitando a infecção por todos os sarbecovírus testados, mesmo em baixas concentrações, incluindo o vírus originário de Wuhan, China; a agressiva variante Delta; e várias formas de Omicron.

 

Os anticorpos monoclonais ligam-se ao receptor ACE2, em uma parte da proteína distal à porção ativa da enzima que converte a angiotensina, e não modifica sua expressão na superfície celular. Portanto, nenhum efeito adverso é esperado neste nível. Em modelos animais, esses anticorpos monoclonais conseguem interromper a infecção. Será necessário passar para a fase clínica, para descobrir se será possível criar produtos adaptados para prevenir e tratar todas as variantes do SARS-CoV-2, e talvez também o próximo coronavírus, grande o suficiente para se espalhar para uma nova epidemia global, que ameace a raça humana.

 

Referente ao artigo publicado em Univadis Italy

 

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