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Ataque de Pânico

Qualquer pessoa, mesmo que apenas uma vez na vida, pode sofrer um ataque de pânico. Ao contrário da crença popular, este é um evento extremamente frequente e em constante crescimento na população mundial. Justamente pela sua elevada difusão, é um tema a ser conhecido e explorado com maior detalhe, também no sentido de contribuir para a superação do estigma que envolve a saúde mental. Um ataque de pânico é um episódio de medo intenso, tem início súbito e é caracterizado por um rápido crescendo: os sintomas atingem seu pico em poucos segundos e tendem a se resolver espontaneamente, geralmente em meia hora na maioria dos casos, deixando um quadro muito incapacitante trilha.

 

 

Existem sintomas físicos, como taquicardia, dor no peito, tremores, parestesias, dispneia, tontura e desmaios, sintomas cognitivos, como a sensação de irrealidade (conhecida como “desrealização”) e distanciamento de si mesmo (“despersonalização”), o medo de perder o controle ou uma sensação de morte iminente. É bom lembrar que, embora possa fazer você temer o pior, nunca representa um perigo para a sua segurança. A única consequência importante é que o pânico assume o controle: após a intensa ativação emocional, preserva-se um certo estado de tensão que pode potencialmente levar a um novo ataque. As medidas de precaução adotadas espontaneamente dizem respeito a determinadas alterações comportamentais, voluntárias ou involuntárias, que terão impacto negativo na qualidade de vida e na autoestima do sujeito. Contudo, não se deve presumir que o ataque de pânico, considerado individualmente, seja, de qualquer forma, patológico. Torna-se clinicamente relevante se interferir na vida do indivíduo ou causar sofrimento clinicamente significativo, configurando-se como transtorno de pânico. Torna-se agora fundamental compreender o mecanismo subjacente a este sistema complexo.

 

 

Como afirma Giorgio Nardone, fundador do Centro de Terapia Estratégica (Itália) ,o ataque de pânico é apenas o ápice de uma construção progressista. É imediato e inerente à natureza humana buscar uma estratégia para tentar superar um obstáculo. Contudo, as ferramentas racionais disponíveis são totalmente inadequadas quando se trata de medo e pânico. O medo é um impulso atávico responsável pela salvaguarda da vida, o pânico é a percepção anómala deste impulso fisiológico: mais especificamente, é o paleoencéfalo (a esfera cerebral mais antiga, a mesma que rege o instinto, por assim dizer) que transmite um sinal ao córtex ativando os sintomas de ataques de pânico. Olhando mais de perto, este sistema complexo, precisamente porque é irracional, escapa à lógica comum. Quem vivencia um ataque de pânico recorre a tentativas de soluções para tentar racionalizar o medo, mas o medo, por sua natureza, escapa à razão. E quanto mais você tentar controlar o pânico, mais controle perderá. Para resolver este conflito é necessário, portanto, fazer uma observação: a mente se comporta de forma aparentemente ilógica, portanto as estratégias adotadas devem ser ilógicas.

 

Rossana Kopf psicanalista

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