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Nasci, cresci, vivi, morri e revi…

Reviver está na caixa dos mistérios e dos desejos incontidos, inexistentes ou impossiveis; e forma um palíndromo, onde reviver é reviver, indo e voltando. Não conseguiremos porém, reviver a vida que vivemos, pois ela jamais será um rascunho a ser reprisado. Neste texto, começo o início pelo fim; ilusoria e ficcionalmente revendo o desfecho derradeiro (sentado numa poltrona espiritual, depois da morte). Minha anuência literária, permite que, pela arte da escrita e da vontade, eu veja o vácuo da volta, a valia do valor dos vínculos, o vazio depois do fim; contemplo o que sou, fui, seria, ou me tornaria aqui na Terra; e sinto o cheiro do amor e o fruto que ficou, que deixei plantado em algum lugar de conhecido divagar; devagar vou longe. Uns choram e afiam a espada da saudade; outros remendam-se com a surpresa da morte presente; e alguns outros mais próximos, inteligentes, e engrossando a sopa da amizade, nos surpreendem com frases dizendo assim: “aí era somente um corpo”.

 

 

Adias a data da saída..?? Haja palindromo..!! Como numa carimbada, que expressa a finitude e a morte, parece que nascemos assim – com um carimbo da sorte, ou um abre alas para a porta da partida e do fim. Decerto, também, para existirmos, existe algo similar que começa o nosso sim, numa espécie de gozo ou alguma coisa afim..!! Nascemos como uma pequena semente, alicerçados pelo desejo alheio; e já na morada mais abençoada de todos nós, sabemos sobre o valor do amor que recebemos, e da energia que brota da essência que se formata ali. Uns sofrem para nascer; outros penam todo dia no viver, sem nunca saber o que é o fulgor do vir a ser algo valioso; e todos, sem nenhuma exceção, morrem, somem do mapa da Terra (entretanto, jamais desaparecem do catálogo da mente, do coração, e da alma de quem ama). No tempo, vejo o choro flutuar, estacionar ou evaporar.

 

 

Eu me vi, e me revi morto; e vi o tempo passar; a rudeza da dor ficar mais leve; a beleza da flor que ficou, ficar sofrida e sentida; e a leveza do amor estacionar no que deixei plantado (e vi germinar o principio que foi disseminado, ou por lá mesmo ficou mumificado) – aqui, relembro o “Ouro do tesouro”, outro texto de minhas elucubrações psicanaliticas (esse gigante valor sepultado nas covas e nas cavas do passado, e nos túmulos e seres desencarnados). Espalhemos esperança. Explodi meu querer em não querer nada, apenas que a alegria habite na estação de quem amou, ou de quem vive. Vi o deleite da beleza, e o partir cortante nas entranhas de quem chorou. Revi o que imaginei, e me surpreendi pelo que jamais flutuou no meu pensar. Vi o vazio do nada existir, e a eternidade do tudo me sorrir. Vi, neste momento, que o fim existe, que somos energia, que a certeza da incerteza é tão certa quanto a mudança mutante, de tudo que muda. Aqui, eternizo a essência de Fernando Pessoa, rememorando o que ele manifestou, um dia antes de morrer: “não sei o que o amanhã trará”. Eu, sei o que Sócrates nos ensinou, e algo mais; por viver na mente, o morrer, o rever, e o reviver.

 

 

Tudo isso amigos, porém, vem do pensar de quem volatiza ou somatiza a licença literária para meditar; é um singelo conto de ficção – o que de fato, vem adiante, do morrer e ver avante, o mistério brilhante desse instante, e o enigma que nos rege em todo o viver e amar, nenhum radiante ser que já morreu desceu para narrar. Nasci, e ainda vivo – até o outro viver, que vou rever; ou até o outro revir, algum dia; então não vou sofrer. Penso, que no meu epitáfio terá um pensamento flutuante, que diz mais ou menos assim – Faz bem fazer o bem; oi e fui; fiz bem ter feito o bem.

 

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