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EXCLUSIVO: Professor de medicina em Sobral, Airton Rangel, defende punições por parte do conselho aos profissionais que banalizam a medicina

Diretamente de Sobral, na região norte cearense, trazemos a perspectiva local sobre o processo eleitoral do CREMEC. O renomado professor e especialista em ginecologia e obstetrícia, Prof. Airton Rangel, acrescenta sua voz ao Jornal do Médico, compartilhando suas valiosas opiniões sobre os desafios que aguardam a próxima gestão do conselho. Confira a seguir as suas revelações exclusivas.

 

Jornal do Médico – Sobral é cada vez mais destaque como um grande pólo formador de médicos, além de centro de saúde, logo, qual a sua avaliação com relação a presença e atuação do conselho em Sobral junto a saúde e aos médicos? O que poderia ser implementado pela nova gestão?

 

Dr. Airton – Sobral hoje é uma cidade universitária com duas faculdades de medicina, ambas com conceito máximo na avaliação do MEC. O CRM local já é bastante atuante tendo vários serviços o que proporciona aos médicos da região resolver assuntos e pendências sem que haja a necessidade de se deslocar para Fortaleza. Acredito que a nova gestão incentivará mais ainda a educação continuada direcionada aos médicos da nossa região. 

 

Jornal do Médico – O uso das redes sociais na área médica está cada vez maior, assim sendo a digitalização na saúde que de certa maneira vem transformando a medicina trazendo novos desafios. Quais são as suas considerações sobre a ética no uso dessas ferramentas tecnológicas e digitais nesses últimos tempos? Como você avalia o papel do conselho em garantir uma divulgação responsável e adequada nas redes sociais, além da prática médica de excelência?

 

Dr. Airton – A resolução do Conselho Federal de Medicina n° 1.974 de julho de 2011 estabelece os critérios norteadores da propaganda em medicina e nesses últimos anos com o advento das redes sociais, alguns médicos estão se autopromovendo, às vezes se dizendo especialistas e trazendo para a mídia assuntos sem nenhum respaldo científico enganando à população leiga carente de informações. Cabe ao conselho fiscalizar mais de perto as redes sociais e aplicar punições aos profissionais que banalizam a medicina e incentivar que nas redes sociais sejam levados assuntos da medicina por excelência. 

 

Jornal do Médico – A Lei do Ato Médico está completando 10 anos, no entanto, o que temos visto ultimamente são outras áreas da saúde, principalmente na estética, profissionais não médicos realizarem certos procedimentos, cujo os quais são garantidos a exclusividade do médico em função da lei do ato médico. Como você avalia a atuação do conselho nesta situação? O que poderia ser implementado para dar maior reforço em coibir estes pseudo médicos que podem levar danos irreparáveis na saúde do paciente, ou até mesmo ao óbito?

 

Dr. Airton – Na verdade não há procedimento estético em situação de risco zero, mesmo que sejam realizados por profissionais médicos capacitados, agora imagina esses procedimentos sendo realizados por pessoas não habilitadas sem o mínimo de cuidado, onde quase tudo é negligenciado, o resultado são consequências catastróficas para os pacientes. O Conselho deve atuar no sentido que a lei do ato médico seja respeitada na íntegra, uma lei a qual foram dez anos de luta com vetos e mais vetos até ser normatizada. 

 

Jornal do Médico – Durante a pandemia de COVID-19 vários embates foram travados a exemplo da autonomia médica, antecipação na graduação dos estudantes de medicina, tratamentos sem a devida e efetiva comprovação científica, além da questão das vacinas. Como profissional médico, qual a sua avaliação das decisões tomadas pelo conselho e sua forma de se comunicar junto a classe e a sociedade? Quais aspectos a nova gestão deve aprimorar para enfrentar questões sensíveis e de grandes impactos na sociedade?

 

Dr. Airton – Lamentavelmente, no Brasil, ocorreu, durante a pandemia, uma politização “criminosa” entre apoiadores e críticos ao ex-presidente da república, onde pessoas sem formação científica adequada davam opiniões como especialistas. Naquele contexto foi muito importante a atuação dos conselhos de medicina que embasaram seu posicionamento com respeito a autonomia absoluta do médico na ponta de tratar como julgasse mais conveniente para seus pacientes. E quanto à antecipação da graduação dos estudantes de medicina, apesar do conselho, de início, ter sido contrário à antecipação, na minha opinião foi necessária naquele momento da pandemia. A nova gestão deve sempre se antecipar às questões sensíveis que geram grande impacto na saúde dos pacientes. 

 

Jornal do Médico – Por fim, oferecemos um espaço para livre manifestação. Sinta-se à vontade para expressar suas considerações de algum assunto ou opinião que o senhor gostaria de compartilhar sobre as eleições do CREMEC ou qualquer outro tópico relacionado à saúde.

 

Dr. Airton – Infelizmente, da mesma maneira como ocorreu na pandemia onde existiu uma politização em relação às condutas médicas, agora também com a proximidade das eleições dos conselhos, grupos de médicos com ideologias adversas estão tentando se eleger para cargos dos conselhos e isso poderá ser determinante para o aparelhamento ideológico da nossa categoria, portanto devemos nos unir para que grupos com ideologias contrárias não se infiltrem nos conselhos de medicina. 

 

Mais sobre o entrevistado:

Francisco Airton Rangel Filho é graduado em medicina pela Universidade Federal do Ceará (1994), Especialista em Ginecologia e Obstetrícia pela Universidade Federal do Ceará (1997), Mestrado em Tocoginecologia pela Universidade Federal do Ceará (2006) e Professor do Centro Universitário UNINTA Campus Sobral, CREMEC 6098, RQE 4361

 

Eleições CREMEC, cobertura Jornal do Médico

 

 

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