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Coluna Momento de Reflexão: Furacão sem Ar

Nesse escrito faço uma honraria e homenagem a todos os pacientes acometidos pelo Covid, que sucumbiram diante das enormes adversidades impostas pela doença, e pelas circunstâncias da evolução e terapias instituídas pelos profissionais que os trataram. Uns, foram sepultados pela agressividade fulminante da própria patologia ou pela impiedosa e inesperada evolução clinica arrastada, vinda desse perverso virus e suas consequências; outros, foram ceifados pela conjuntura dos atos dos profissionais médicos e demais tratadores, não deuses, que instituíram a melhor maneira possível para o resgate da saúde desses pacientes envolvidos no furacão sem ar (para o qual a doença os conduziu), mas feneceram diante das inadequadas respostas dos seus combalidos organismos; outros, ademais, não tiveram a chance da prevenção vacinal, mesmo imunizados pela vacina do amor, vinda de seus solidários familiares.

Existe sim, uma tênue linha, com uma sutil sutileza sutilmente atuante, que liga uma (ou outra) terapia a um (ou outro) paciente, e que por motivos variados é factivel de ser sucumbida, preterida, valorizada, rejeitada, ignorada, desprezada, considerada ou transpassada; e, ao mesmo tempo, ocasionalmente, existe também, uma pesada e espessa camada, que freia ou transforma o que deveria ser acelerado. Cada paciente é único, no tempo de sua essência e existência; e cada doença é, mais, ou menos agressiva, e causa variada e imtempestiva dor, diante da unicidade do momento presente de seu portador.

Não temos a capacidade de escolher essa doenca, ou o instante que ela nos compromete, ou que entra no reticente viver, mexendo muito no físico e no psiquismo do nosso ser. O estado do paciente acometido, e o efeito da esperança e do tratamento instituído, e de tudo que foi feito para o resgate à normalidade, foi, ou é factivel de ter sido contrabalançado por outros impedimentos, que muitas vezes, passaram ao longe da vontade médica; mesmo assim, porém, tornaram-se alicerces chaves da finitude, ou da cura. Alguns pacientes respondem bem ao tratamento não tão agressivo ou cuidadoso; outros, entram no corredor do sofrer, mesmo fazendo tudo o que tinha que fazer, com intensa vigilância e prazer pela cura, dos seus tratadores.

Aqui nesse texto, exalto e enalteço as pessoas que mudaram o fardo do peso do medo; também, aos partícipes das soluções; ao silencioso agir de todos que fizeram preciosos atos de bem servir; ao furacão de emoções e saudade pelos quais os familiares foram submetidos; e ao desarmônico, cruel e feroz sentir que as perdas lhes causaram – algumas vezes, sem o consolante aviso prévio. Aprimoremos em nosso existir o senso da responsabilidade e da solidariedade, a essência do amor transformador, a situação de nos colocarmos na posição alheia, de sentir o sentir das outras pessoas, de entender (mesmo sem querer) o que é o sofrer. Furacão sem ar é um agradecimento e louvor ao amado Régis (meu anjêmeo protetor), e aos mais de 500 mil brasileiros, que faleceram vítimados por essa doença; e, que nos ensinaram pelo seu silêncio, no seu coração sem ar, a sublime expressão do valor do amor, e a alegria do sabor de amar. Faça a vida valer a pena; sempre e em todo lugar.

 

 

 

A coluna Momento de Reflexão é publicada aos sábados com a assinatura do Dr. Russen Moreira Conrado, Cirurgião Plástico e psicoterapeuta, CRM: 5255-CE – RQE Nº: 1777 – RQE Nº: 1811

 

 

 

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