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A Igreja de São Julião o Pobre

Em Paris, a Igreja medieval Saint-Julien-le-Pauvre (na língua francesa) está localizada na rua do mesmo nome, na praça René-Viviani, no Quartier Latin, na margem esquerda do Sena, perto da Catedral de Notre-Dame.

Tradicionalmente um local de culto católico romano, Saint-Julien-le-Pauvre passou a ser uma Igreja Greco-Melquita-Católica, com o rito bizantino, no final do século XIX, sob a Terceira República Francesa.

Seu nome se refere a Saint Julien l’Hospitalier, porque na Idade Média um hospício que recebia peregrinos e viajantes pobres estava associado à Igreja. Entretanto, por ser uma das mais antigas Igrejas de Paris, cuja origem remonta ao início do século VI, não se sabe que santo foi o primeiro padroeiro da Igreja. Saint-Julien du Mans e Saint-Julien de Brioude também são considerados patronos da Igreja.

Em 886, os vikings destruíram a Igreja original.  Por volta de 1125, uma segunda Igreja foi construída e dada ao priorado Cluniac da comuna francesa de Longpont-sur-Orge. A Igreja que vemos hoje foi restaurada pelos monges de Longpont, por volta de 1160.

Naquela época, a rue du Fouarre, que passava perto do leito da Igreja, era um dos principais locais de ensino da Universidade de Paris. As aulas eram ministradas no meio da rua, e os alunos sentavam-se na palha, daí o nome da rua. Na Igreja realizavam-se as assembleias gerais da Universidade de Paris, durante as quais líderes eram eleitos.

A Igreja também estava localizada em uma das rotas de peregrinação de Saint-Jacques-de-Compostelle.

Em 1651, o priorado deixou de existir e a Igreja tornou-se uma capela do Hôtel-Dieu (hospital). Durante a Revolução Francesa, a Igreja foi transformada em armazém. Em 1826, voltou a ser uma capela de hospital, com uma vida espiritual muito limitada.

Em 1873, a Igreja fechou suas portas.

Em 1889, o Padre Alexis Katoub desenvolveu o projeto de uma paróquia greco-melquita-católica, e conseguiu que a Igreja fosse colocada à disposição desta nova paróquia. Dessa forma, os católicos orientais têm seu próprio local de culto em Paris, e as missas são celebradas de acordo com o rito de São João Crisóstomo.

Em 14/04/1921, a Igreja serviu de palco para um grupo dadaísta. O polêmico evento envolveu escritores, como: Tristan Tzara, André Breton, Philippe Soupault e o artista Francis Picabia. Atualmente, a Igreja é também um local de show de músicas clássicas.

Na Praça René Viviani, ao norte da Igreja, encontra-se a árvore mais antiga de Paris, plantada, em 1602, por Jean Robin, jardineiro-chefe dos reis Henrique III, Henrique IV e Luis XIII. Acredita-se que traga sorte para aqueles que a tocam suavemente. É conhecida como a árvore de bengala e árvore da sorte.

Transcrevo, abaixo, um trecho da famosa “Carta de Paris”, feita pelo Professor Rosemberg ao Dr. Tarantino, em 18 de junho de 1988, referente à Igreja.

“Ainda temos tempo de ver Saint-Julian-le-Pauvre, Igreja gótica de interesse histórico. Edificada em 1160, destaca-se pelos seus magníficos capitéis, verdadeiros rendilhados de pedra. O interesse histórico é que aí se realizavam as assembleias da Universidade de Paris; admiremos a bela e imensa poltrona, creio de bronze, onde se sentava o Reitor. Esse ritual acabou no início de 1500, quando os estudantes enfurecidos com a eleição fraudulenta de um novo Reitor, quebraram a cara do Magnífico, destruíram os móveis e o coro da Igreja. As bandalheiras e safadezas universitárias têm tradição e os estudantes de hoje, quando malham o reitor, não estão inovando nada”.

 

 

dra. ana

 

 

Autora: Dra. Ana Margarida Arruda Rosemberg, médica CRM 1782-CE, historiadora, imortal da Academia Cearense de Medicina e Conselheira do Jornal do Médico.

 

 

 

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