fbpx

Relutar o Luto

Todas as pessoas vivem momentos de lutos em seu caminhar. Perdendo o que jamais verão; ou, sofrendo a quebra do laço da união. Há o luto pelo ser que morre e não mais conseguimos rever, e o luto daquilo que morre dentro de nós, enquanto ainda estamos vivos. Precisamos aprender seus ensinamentos. Ainda que muitos digam que o suceder dos dias seja o maior remédio dessa solidão ou sofreguidão, e que alguns revelem que ele não seja a solução, sem dúvidas, o que vem embutido no seu passar, passa pela mente que necessita continuar. O luto oferece um ensopado de mudanças que, muitas vezes, não conseguimos captar, entender ou decifrar. Traz a sensação de não ser o que se é, ou, torna-se até mesmo, um novo que cria outro novo: angustiante, implicante, e conflitante.

A saudade bate insistente na porta do tempo. Refutar, rebater, reprimir, retrucar, resistir, refrear e revidar o luto é uma espécie de fuga da luta que deveria existir. É enfileirar-se num saber diferente, que se desconhece, e enclausurar-se numa incógnita e relutante prisão. O luto carrega algo insólito que envelhece o pensar, pelo tanto de maltrato que é factivel causar. Lembro de uma reflexão Freudiana quando disse: “onde abundam dores brotam os licores”; o grande dilema ou problema é descobrir onde encontrar os licores, da dor oriunda da luta do luto. No arcabouço ou encruzilhada que vem no penar, sabemos sim, que entendê-lo reflete no que somos, ou naquilo que devemos ser. No momento da partida encontramos labirintos difíceis de percorrer, algo inusitado, escolhas que também nos causam dor. Precisamos trilhar, entretanto, o que nos faz sermos mais felizes, serenos, corretos e firmes; que nos ofereça sermos pessoas melhores, e de caráter mais copiável.

Replicar, repetir, revelar, relouvar, relevar, retocar e refazer seus preceitos acarreta consolo para combater os desconhecidos conflitos que a mente alberga nessas situações. Resistimos, retrucamos e rebatemos o aceite vindo do instante que não queremos viver. Unamo-nos ao tempo, e a tudo que dele vem; mesmo que imaginemos não ser ele o grande explicador da dor; pois, querendo ou não, ele é nosso maior professor. Há cenários onde somente existe uma trilha única a seguir: continuar avante, adiante (radiante ou não); persistir e percorrer os passos ante o que seu destino ou ensino lhe oferecem. Permitamos ter o nosso instante de dor, de superação, de aceitação, de ressignificação, de entender que somos humanos, singulares em nosso sentido e razão; e aceitemos também, a recidiva ocasional do que nos impõe a evidência dos limites. Há coisas imutáveis. Permitamos aceitar o luto e seus efeitos; e façamos a vida valer a pena. Apreciemos o senso da existência, em todo o momento e lugar.

 

Coluna Momento de Reflexão é publicada

as segundas-feiras com a assinatura do

Dr. Russen Moreira Conrado

Cirurgião Plástico e psicoterapeuta CRM: 5255-CE

RQE Nº: 1777 – RQE Nº: 1811

 

 

 

 

Assine a nossa NewsLetter para receber conteúdos e informes sobre ações, eventos e parcerias da nossa marca: https://bit.ly/3araYaa

Este post já foi lido585 times!

Compartilhe esse conteúdo:

WhatsApp
Telegram
Facebook

You must be logged in to post a comment Login

Acesse GRATUITO nossas revistas

Send this to a friend