Brilho no trilho

Somos diferentes, felizmente. Todos fomos feitos para trilhar um itinerário torneado pelas escolhas, decisões, e pelo que manda (ou desmanda) nossa (in)consciência. Decerto, cada um de nós deve ter um caminho a seguir. Assim já falavam os egípcios, muitos anos antes de Cristo. Desfilando, destilando e desnudando a normalidade do trilho mantemos uma relativa paz na mente, e obtemos o que desejamos, ou o que fazemos força para conseguir. A saída do trilho, muitas vezes, traz o apagar do brilho que alimentamos normalmente; e esparrama nos níveis da consciência o sofrimento ou a vacilante questão que carecemos controlar e contornar. Na severa perda, na mudança indesejada, ou no medo, como readquirir o brilho que nos faz estar em paz com nossas decisões, que nos guia na vereda do amor, e que nos reposiciona no trilho da vida que vale a pena ser vivida? Injetemos, instilemos, e sejamos, com perspicácia, luz na vida das pessoas.

Lembrando o supremo poder da mente, que brinca, briga, se intriga, ou instiga a não querer solução, ou que trama tramas para resolver o que traz sofrer e ingratidão, rememoro a reflexão de John Milton, quando disse: “a mente é seu próprio lugar, e em si, pode fazer do céu um inferno, ou do inferno um céu”. Os estudiosos e conhecedores da arte de entender a mente filosofam e questionam assim: qual seria o melhor roteiro, ou o menos espinhento ensino e trilha, que carecemos encontrar para descobrir isso, que muitos estão a procurar? Sem dúvidas, qualquer um que seja recheado e abarrotado do amor transformador tem um precioso mérito e valor, para sair do sôfrego tormento da dor! Ficar preso no casulo (ou cápsula) da mente é algo que também deve ser inquirido e questionado..!! Vivamos e louvemos o sorrir; até a curva da solução vir; e até chegar algo que nos faça voltar ao prumo do rumo que desejamos ..!! Vigiemos o brilho do olhar, que reflete o amor e a dor que emerge da alma.

Trago desde criança o entendimento que a saída do brilho do trilho, o afastar-se da luz que clareia o bem, a serenidade, e a paz na mente, não é algo simples para resolver..!! Muitas vezes, somos seres dependentes do agir e do falar alheio, não apenas do pensar e do ser único, que criamos todos os dias. E em função dessa influência dos outros (mesmo considerando a essência e a força motriz do valor transformador que carregamos), passamos, sentimos, sofremos, pesamos, ou aceitamos o fardo e o efeito da boa decisão e da ação que traz a solução. Há dias que estamos mais frágeis; nesses instantes, evitemos nos exigir mais do que o normal. Eventualmente, necessitamos par(ticip)ar para ajudar, transformar ou meditar. “Nada é permanente; exceto a mudança” – assim disse Heráclito. Mesmo apesar de tudo, precisamos acreditar que o tempo (grande professor), e as ações (maiores mutantes do mundo), são factíveis de fazer recidivar o brilho no trilho – do pensar, do amar e do mudar. Todos temos a luz que faz rebrilhar o caminho…

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