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Novembro Dourado e o combate ao Câncer infantojuvenil

No mundo, a Agência Internacional de Pesquisa em Câncer (IARC) estima que 215 mil casos novos ao ano são diagnosticados em crianças menores de 15 anos, e cerca de 85 mil em adolescentes entre 15 e 19 anos.

Conforme dados estatísticos do Instituto Nacional de Câncer (INCA), o Brasil terá 625 mil novos casos de câncer a cada ano do triênio 2020-2022. O número de casos novos de câncer infantojuvenil esperado para o Brasil, para cada ano do triênio 2020-2022, será de 4.310 no sexo masculino e de 4.150 para o feminino. Esses valores correspondem a um risco estimado de 137,87 casos novos por milhão no sexo masculino e de 139,04 por milhão para o sexo feminino.

Assim como nos países desenvolvidos, no Brasil, o câncer representa a primeira causa de óbito por doença, entre as crianças e adolescentes de 1 a 19 anos de idade, de acordo com dados publicados pelo INCA.

Infelizmente, com base nos dados dos registros de câncer atualmente consolidados, muitos pacientes em nosso País ainda são encaminhados aos centros de tratamento com a doença avançada. Neste contexto, é importante reduzir as desigualdades no acesso ao diagnóstico e na qualidade do tratamento e, assim, melhorar os resultados terapêuticos para todas as crianças, especialmente aquelas que vivem em países com recursos limitados.

O papel do pediatra é fundamental na suspeita diagnóstica do câncer e no encaminhamento precoce para os centros de referência oncológicos pediátricos. Portanto, é de suma importância que o pediatra tenha ciência dos sinais e sintomas que podem estar associados ao câncer infantojuvenil, especialmente se persistentes. Adicionalmente é imprescindível ressaltar que geralmente, os sinais e sintomas do câncer nesta faixa etária são inespecíficos e que a criança ou o adolescente podem ter o seu estado geral de saúde ainda não comprometido no início da doença.

 

SINAIS E SINTOMAS DE ALERTA PARA O CÂNCER INFANTOJUVENIL

  • Leucocoria, nistagmos e protusão do globo ocular
  • Estrabismo, que surge repentinamente
  • Aumento de volume em qualquer região do corpo, principalmente indolor e sem febre, podendo estar associado ou não a sinais de inflamação
  • Dor abdominal e/ou massa abdominal
  • Aumento de volume testicular
  • Hematúria e hipertensão arterial sistêmica inexplicadas
  • Linfonodomegalias, especialmente em região retroauricular, cervical baixa, epitroclear e supraclavicular
  • Equimoses pelo corpo em regiões pouco frequentes, sobretudo quando não associadas a algum tipo de traumatismo
  • Dor persistente nos ossos, nas articulações e nas costas, principalmente se persistente e despertar a criança ou o adolescente à noite
  • Fraturas, sem trauma
  • Sinais precoces de puberdade: acne, voz grave, ganho excessivo de peso, pelos pubianos, hipertrofia de clítoris, aumento do volume do pênis, aumento do volume mamário nas meninas com menos de 8 anos de idade e nos meninos com menos de 9 anos de idade
  • Cefaleia persistente e progressiva, associada ou não a vômitos, alterações na marcha, no equilíbrio, na fala e na visão, além do aumento inexplicado do perímetro cefálico, perda de habilidades desenvolvidas e alterações comportamentais
  • Febre prolongada, perda de peso, prurido, tosse seca e persistente, palidez, fadiga ou sangramentos inexplicados
  • Otalgia crônica e/ou otorreia crônica, especialmente se associada a dermatite seborreica
  • Nevos com modificação das características prévias, em áreas de exposição solar ou atrito

 

O Dia Nacional de Combate ao Câncer Infantojuvenil (lei nº 11.650, de 4 de abril de 2008),  é oficialmente lembrado no dia 23 de novembro e visa estimular as ações educativas associadas à doença, promover debates e outros eventos sobre as políticas públicas de atenção integral às crianças e adolescentes com câncer, além de divulgar os avanços técnico-científicos na área.

O laço dourado da campanha simboliza a cor da fita da consciência do câncer infantojuvenil e o padrão “ouro” necessário no tratamento desses pacientes”.

 

TIPOS E RISCOS

As neoplasias malignas na criança apresentam características próprias em relação ao tipo histológico e ao comportamento clínico. Tendem a apresentar menores períodos de latência, crescem quase sempre rapidamente e são geralmente invasivas, mas respondem melhor à quimioterapia. Os tipos histológicos mais frequentes na criança e no adolescente são as leucemias, os tumores do sistema nervoso central e os linfomas.

Em relação ao que aumenta o risco de câncer infantojuvenil, até o momento não há evidências científicas que mostrem que fatores de risco relacionados ao estilo de vida (ambientais) tenham associação com a doença. O câncer nesta faixa etária é raramente hereditário e na maioria dos casos não apresenta história familiar e/ou associações com alterações genéticas ou congênitas. Contudo, o retinoblastoma (tumor maligno intra-ocular) em 40% dos casos pode ser de origem genética, sendo, neste caso, importante o aconselhamento genético.

Apesar da prevenção primária para o câncer pediátrico raramente ser possível, é essencial a orientação em relação aos fatores de risco para a ocorrência do câncer na vida adulta, que deve ser realizada nas consultas pelo pediatra. Em relação à orientação alimentar, o aleitamento materno é a primeira ação de alimentação saudável, protegendo as mães contra o câncer de mama e as crianças contra obesidade infantil.

TRATAMENTO 

O diagnóstico definitivo do câncer é fornecido pelo exame citológico ou histopatológico de uma amostra lesional ou tumoral obtida por meio de diversos procedimentos. É fundamental que o diagnóstico e tratamento sejam realizados em centro especializado em oncologia pediátrica, por equipe multiprofissional e individualizado para cada tipo histológico específico e de acordo com o estadiamento clínico da doença. Compreendem diversas modalidades terapêuticas, como quimioterapia, radioterapia, cirurgia, imunoterapia, transplante de medula óssea ou de órgãos, quando pertinentes.

 

Fonte: Departamento Científico de Oncologia da SBP

 

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