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A criança que há em nós

Quando nascemos, somos totalmente dependentes, limitados e impotentes; e carecemos ter a assistência de outras pessoas para sobreviver; para simplesmente sermos seres viventes. Nessa fase, não alimentamos em nós, o instinto crucial e habitual, nem a habilidade e capacidade reacional, que está encravado em muitas espécies. A razão vai se aprimorando até chegar no ponto que vibramos com a beleza e singeleza de viver, e enaltecemos a criança que habita em nós. No instante que passamos a perceber de maneira mais vivaz e real, a beleza do amor maternal, aparece aí, o sorriso, a candura, a simplicidade, a alegria do brincar, a magia do imaginar que passeia no meditar, o sublime valor de se sentir amado de maneira ainda mais natural. Essa criança merece a reverência e carece ser revisitada em muitos momentos, em muitos encantos; até quando estivermos passeando no mundo do canto da velhice. Ela, em tempo algum, deve ficar presa na dor da morte de alguém; e merece viver a liberdade da alegria, e da boa decisão.

 

Jamais deixemos adormecer os sonhos, a inocência, a imaginação, a esperteza, o brilho do olhar, a pureza e singeleza, o divagar do jogo que encanta o viver, e tudo de bom que habita na criança que há em nós. Essa que há em mim, vem e vai, passeia faceira no pensar e, algumas vezes, parece não querer voltar ou mudar (ao tempo que vive). Nela, não há culpas, nem medos exagerados, e muito menos necessidade de responsabilidade; e a explosão de dopamina e serotonina se multiplica aos montes. Quando se aperfeiçoa no campo da experiência, acontece um pouco de tudo, que se exaspera na aduldez madura. Reflito sobre a criança e sua arte de jogar, de manter o que quer, e lutar pelo que flutua nas suas vontades. Lembro daquela que gosta de um brinquedo qualquer, que repete o que os outros estão a falar. A criança que não vê perigo, ou algo mais mirabolante; que estaciona no pensar; e apresenta traços joviais que aparentam não mudar (mas são mutantes e ferozes). Falo neste texto, também, da criança que busca a chave da solução; que não se impressiona por emoções incontidas, e que desperta pelo seu sentido de ser, e pela essência de continuar, amar e aprender.

 

A criança que há em nós é sonhadora e idealizadora; volta de vez em quando no tempo, quando recorda a alegria brilhante da singeleza de brincar, do reconhecer e conhecer novos amigos, do fazer despretensiosamente e sem exigências tudo que deseja executar. Precisamos eternizá-la com suas peripécias, na essência divina em nós (essa que nunca deve se apagar, ou acabar). Ela não sabe o que é preocupação; não se impressiona com sua ocupação; e vive em paz com deslumbrante serenidade no coração. Parece que ela aterrissa e recidiva quando estamos maduros, e na ocasião e situação que pensamos no seu valor; ou a encontramos na resposta ou fórmula que esperamos. Ela acalma a alma, e não sente tão fortemente a mesma dor que dói no adulto que perde; traz paz pensar e ser, o que ela faz. É bom viver a verdade que ela diz, e ter a certeza da sábia astúcia que ela carrega em si, no bom princípio que ela harmoniza e condiz. Exorto a criança que sabe brincar e que não disputa com a vida qualquer partida lacerante e sofrida no jogo do viver; e aceita a partida dos viajantes da eternidade. “Acorde” e viva feliz, com a criança que tem na sua boa raiz…

 

 

 

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