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Dezembro Vermelho – O que você precisa saber sobre a AIDS?

A síndrome da Imunodeficiência adquirida (SIDA ou AIDS do inglês), permanece ainda como um grande tabu, muitos pacientes recém diagnosticados como portadores do vírus da imunodeficiência humana (VIH ou HIV do inglês) se apresentam angustiados no consultório muitas vezes preocupados com sua expectativa de vida e de como irá comunicar o fato com seus familiares e parceiros sexuais.

No início da pandemia ser portador do HIV era uma sentença de morte, paciente desenvolvia alguma doença oportunista e evoluía a óbito, mas com as terapias que foram surgindo a expectativa de vida foi aumentando até se tornar uma doença crônica de fácil controle.

As primeiras substâncias descobertas apresentavam muitos efeitos colaterais que podiam ir de sintomas gastrointestinais intensos até quadros de pancreatites graves. Devido a isso foi estipulado um ponto de corte da imunidade para início da terapia antirretroviral (TARV), no qual se aguardava inicialmente para pacientes assintomáticos um CD4 abaixo de 350 para início e alguns anos depois esse valor subiu para 500 uma vez que na época se advogava não haver evidências de benefícios de início da terapia nestes pacientes.

Atualmente a TARV apresenta uma menor quantidade de efeitos colaterais e menor número de interação com outras medicações, associado a isso, estudos mostrando que mesmo pacientes assintomáticos com CD4 acima de 500 tinham benefício no uso da terapia uma vez que o vírus causa um estado inflamatório no organismo que predispões a doenças cardiovasculares, além dos claros benefícios de redução na diminuição da transmissibilidade da doença, pois quanto menor a carga viral menor a chance de transmissão e hoje já se sabe que paciente indetectável não transmite por via sexual, dessa forma nos novos protocolos está indicado o tratamento em todos pacientes diagnosticados com HIV mesmo que assintomáticos independente da contagem de CD4.

O esquema inicial para adultos é o chamado 2 em 1, o qual contém o Fumarato de Tenofovir Desoproxila (TDF) associado a Lamivudina (3tc) ambos de 300 mg, juntamente com o Dolutegravir (DTG) de 50mg. Esquema esse com posologia muito boa de apenas uma vez ao dia e com poucos eventos adversos.

Mesmo esse esquema não é livre de efeitos colaterais, como por exemplo a função renal e a densidade de massa óssea devem ser avaliadas periodicamente por conta do uso de TDF, que deverá ser substituído em caso de alterações nestes parâmetros.

Por fim é sempre importante deixar claro para todos os pacientes portadores de HIV e principalmente de seus familiares que não há necessidade de separação de talheres, toalhas ou roupas, pois a transmissão não ocorre desta forma, mas sim principalmente por via sexual ou contato com sangue, não havendo necessidade do mesmo ficar isolado e que usando a medicação de forma correta poderão ter uma vida normal.

 

 

Sobre o autor:

Pablo Eliack fez Residência Médica em Infectologia pelo Hospital São José de Doenças Infecciosas (2017-2020), é Bacharel em Medicina pela Faculdade de Medicina de Juazeiro do Norte (2015.1) e é Medico diarista da semi intensiva covid e do ambulatório de HIV do Hospital São José de doenças infecciosas. Além disso, dr. Eliack é Medico coordenador da SCIH do hospital João Elísio de Holanda – Maracanaú, Infectologista de referência do município de Ico-Ce e Infectologista parecerista do Hospital Haroldo Juaçaba (ICC).

 

 

 

 

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