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Coluna Momento de Reflexão: Homenagem

A Covid me fez perder meu abençoado irmão gêmeo, meu “anjêmeo protetor”, um anjo de grandioso valor. Para Ele resolvi exprimir uma homenagem; difícil ser redigida, mas necessária ser imaginada. Que o tempo, os afetos e o bom sabor e saber da vida sejam nossos aliados. Na curva da emoção de todo dia, e na lembrança disfarçada pela verdade escondida no pensar e no desejo, de vez em quando, me vejo a chamá-lo; o vácuo do vazio que o tempo vai consumindo e explicitando me faz perceber com mais nitidez, a partida Dele para um lugar menos alcançável. Precisamos seguir avante, engrandecê-lo, agradecê-lo e homenageá-lo; este escrito é um pouco disso tudo. Nas terapias, sendo atento escutador, vejo pessoas falando sobre alguém que tem perdas: “já está tão sorridente e feliz; parece que não amava tanto?” – estranha exortação do pensar.

A expressão mais tardia, da euforia de quem perdeu alguém, mesmo banhado por lágrimas ocasionais, é sinônimo de harmonia com o senso da existência, um aprimoramento da espiritualidade, do amor e da capacidade de viver e de ver a vida como valioso valor de ser; um bem entender aquilo que não se explica. Existirão os dias mais tristonhos, mais sofridos, mais saudosos, mais questionantes; a homenagem se avoluma e se exacerba nos dias mais intensos, mais servis, mais amenos, mais cheios de amor, prazer e humor.

Ela também é: manter a escolha de uma saúde sortida de alegria e paz, para alcançar uma saudade saudável; mais do que permanecer com uma saúde cheia de saudade sofrida. Meu irmão, onde estiver, pela bondade e grandioso legado que sempre semeou no Mundo, jamais se sentiria confortável com o amargor alheio; sobretudo, das pessoas que amava com afago e afeição. Imagino Ele nos vendo chorando e sofrendo; estenderia o lenço do consolo e da ilusória percepção; da sua real e diferente existência, do refazer sua boa ação, mesmo noutro plano; aqui, tão fora de questão. Aceite nosso frequente mar de emoção ocular, como expressão faltante, do sentimento de sua gigante perda. Entender ou questionar o mistério do momento faz consolar o coração. Que o caminho, a verdade e a vida sejam nosso ajudante sempre.

Que tenhamos uma firme e forte maneira de enfrentar, com resiliência e ressignificação. Ensina-nos mais ainda a amar, do lugar onde estás, onde tudo é amor. Você jamais será esquecido. Seja uma luz de esperança. Isso tudo é o homem da homenagem, que eu honro nessa redação. Obrigado, iluminado Régis Moreira Conrado.

 

 

 

A coluna Momento de Reflexão é publicada aos sábados com a assinatura do Dr. Russen Moreira Conrado, Cirurgião Plástico e psicoterapeuta, CRM: 5255-CE – RQE Nº: 1777 – RQE Nº: 1811

 

 

 

 

 

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