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A Sainte-Chapelle de Paris

A Sainte-Chapelle (Capela Sagrada), uma das obras-primas da arquitetura gótica, é um belíssimo e deslumbrante templo de Paris, edificada na Île de la Cité (Ilha da cidade), entre 1242 e 1248.

Construída pelo rei da França, Louis IX (São Luís), para albergar relíquias, como: a Coroa de Espinhos de Cristo e um pedaço da Vera Cruz, é um vasto relicário envidraçado exibindo uma arquitetura elegante e ousada.

O provável arquiteto, Pierre de Montreauil, a construiu em apenas sete anos (1242-1248), para abrigar as relíquias que o rei da França, Luís IX, comprara do Imperador de Constantinopla, e para ser a capela real do palácio da Île de la Cité.

Formada por duas capelas sobrepostas, Sainte-Chapelle parece um escrínio de cristal. A capela inferior, dedicada à Virgem, era acessível ao povo e a capela superior era acessível à corte do rei.

As colunas da capela inferior são azuis e vermelhas: as azuis são decoradas com o símbolo da realeza francesa, flores-de lis, e as vermelhas decoradas com castelos de ouro, um símbolo de Castela, pois o rei Luís IX era filho de Blanca de Castilla.

As paredes da capela superior são formadas por 15 vitrais luminosos (janelas) de 15 m de altura, que retratam 1113 cenas do Antigo e do Novo Testamento contando a história do mundo até a chegada das relíquias a Paris.

As cenas religiosas são retiradas dos livros: gênese, êxodo, livro dos números, livro de Josué, livro dos juízes, livro de Isaías, João Evangelista e a infância de Cristo, a Paixão, à vida de vida de João Batista e o livro de Daniel, o livro de Ezequiel, o livro de Jeremias e o livro de Tobias, os livros de Judith e Job, o livro de Ester, os livros dos reis, a história das relíquias da paixão. A rosácea sul, com 9 metros de diâmetro, representando o Apocalipse, é deslumbrante.

Transcrevo, abaixo, um trecho da famosa “Carta de Paris”, feita pelo Professor Rosemberg ao Dr. Tarantino, em 18 de junho de 1988.

“O sol está forte e por isso é o momento propício para revermos a Sainte-Chapelle, maravilha gótica, com 75 metros de altura, sem contrafortes, vãos imensos, portanto quase só de vidro construída no século XIII, ainda não ruiu por milagre. É que foi mandada edificar por Luís IX, que canonizado virou santo. Seu arquiteto era tão desconhecido que seu nome ficou impreciso, Montreuil ou Monteau. Ah, hoje não se fazem mais arquitetos como antigamente! São cerca de 1200 vitrais com luminosidade celestial a contar histórias do Velho e Novo Testamento. Durante a última guerra foram desmontados e guardados em lugar seguro. É uma festa para os olhos; sinfonia de luz, avassalante. Não há no mundo coisa parecida. Coitado de Luís IX erigiu esse templo único para albergar a coroa de espinhos de Cristo, fraldas do Menino Jesus e um relicário contendo leite do seio da Virgem Maria. Um salafrário de Boudouin, nomeado Imperador de Constantinopla, em troca de somas enormes que rasparam as arcas do erário, prometeu enviar-lhe essas relíquias que nunca chegaram. Foi essa santa ingenuidade que santificou esse rei crente e logrou-nos o espetáculo dos vitrais mais antigos de Paris.”

 

dra. ana

 

 

Autora: Dra. Ana Margarida Arruda Rosemberg, médica CRM 1782-CE, historiadora, imortal da Academia Cearense de Medicina e Conselheira do Jornal do Médico.

 

 

 

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