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Marais – Paris

O “Marais” é um bairro histórico parisiense localizado na maioria dos 3º e 4º arrondissements de Paris, na margem direita do Sena. Ao contrário do que muitos pensam, o “Marais” não é um distrito administrativo.

A palavra marais significa pântano. No século XII, era uma antiga área de pântanos do domínio feudal de ordens religiosas, como: a Ordem do Templo e a Abadia de Saint-Martin-des-Champs. No século XVII, o “Marais” tornou-se local de residência da nobreza com suas mansões, que ainda subsistem.

A partir de meados do século XVIII, o “Marais” foi gradualmente abandonado pela elite parisiense em favor do Faubourg Saint-Honoré e do Faubourg Saint-Germain, que ficavam mais próximos da corte de Versalhes.

Durante Revolução Francesa, os proprietários ricos foram expulsos do “Marais” e o bairro foi ocupado por uma população de artesãos e trabalhadores que se apossaram dos antigos “hotéis” e construíram oficinas nos pátios interiores.

No século XIX, as obras que abriram as grandes avenidas de Paris, felizmente, tiveram pouco efeito sobre o bairro, que manteve suas ruas estreitas. Na década de 1960, sob o impulso de André Malraux, foi lançado um programa de salvaguarda e preservação do bairro que é preservado até hoje, tornando o “Marais” um bairro histórico.

Graças às suas belas construções, o “Marais” é frequentado por turistas e procurado pelas classes abastadas. Muitos museus estão localizados lá, com ênfase para: Carnavalet, Picasso, Maison de Victor Hugo e Mémorial de La Shoah. Várias comunidades se formaram no bairro, ao longo dos anos:  no final do século XIX, judeus asquenazes e após a “Primeira Guerra Mundial”, chineses e homossexuais.

Transcrevo, abaixo, um trecho da famosa “Carta de Paris”, feita pelo Professor Rosemberg ao Dr. Tarantino, em 18 de junho de 1988.

“Agora caminhemos pelas ruelas do Marais. Olhe ali a casa onde morou Augusto Comte e, ao lado, entremos na primeira Igreja positivista. Eis a casa em que viveu Lenine. No museu Carnavalet veremos quase tudo sobre a Revolução Francesa e coisas desde Henrique IV até a Belle Époque.

O Marais concentrou quase toda a nobreza e sua podridão. As famosas construções foram chamadas “Hotel”. Este termo surge na língua francesa por volta de 1200. Ora designava hospital (Hotel Dieu), ora repartição oficial (Hotel de Ville) e quase sempre enormes e suntuosas moradias e palácios. É o que vamos visitar.

A Place de Vosges com seus arcos ainda tem cheiro do tempo de Henrique IV. Fazendo sua volta passemos ou entremos nas casas onde nasceram, ou apenas moraram, Mme de Sévigné, Bossuet, Richelieu e Victor Hugo; no 3º andar desta última, habitava a bela Marion Delorme, a quem Hugo dedicou uma peça teatral com o seu nome, certamente em pagados favores que ela lhe prestou; valia a pena subir três altíssimos andares para descansar no regaço dessa deidade. Sabe-se que o escritor pulava a cerca frequentemente. Entremos nesse pavilhão antigo de Henrique II, com os deslumbrantes apartamentos do rei e da Rainha; sabe-se que nestes últimos nunca adentrou rainha alguma e sim uma dezena de favoritas. Caminhamos até ao Hotel dos Brinvilliers; ficou afamado porque a marquesa desse nome assassinou o marido e vários outros, principalmente, com nicotina. Teríamos que visitar mais uns 40 a 50 hotéis”.

 

 

Autora: Dra. Ana Margarida Arruda Rosemberg, médica CRM 1782-CE,

historiadora, imortal da Academia Cearense de Medicina  e Conselheira do Jornal do Médico.

 

 

 

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