Fio da alma

Somos movidos por sonhos e desejos, que algumas vezes, se evaporam no tempo. O fio que sustenta a alma ou a paz da mente é factível de ser sutil ou resistente; tênue, ameno ou forte; fragilizado pelo inesperado ou inaparente; facilmente quebrável, ou extraordinariamente persistente. Sua resiliência depende do tempo, de todos nós, das situações, do momento, das pessoas que estão a nossa volta, do saber que construímos todos os dias, da capacidade de nos compreender, do poder da aceitação, da inteligência vinda pela experiência, e, sobretudo, da condição de superação e readaptação.

Os seres humanos, ocasionalmente, são muito frágeis; até os mais fortes, porém, ainda que se imaginem assim, têm esse fio resgatador. Na bonança e na prosperidade, ele está embutido ou escondido onde se despercebe. Na fraqueza ou na efervescência do medo, o procuramos, algumas vezes, onde ele menos é encontrado. Qual a principal essência que alimenta a força da reação, e que principia a presença da solução? O fio da alma ornamentado pela esperança e pela espiritualidade (que se esconde no instante da perda), imaginamos não tê-lo quando a fragilidade quer tomar conta de nós.

Uma célula modificada, um vaso rompido ou obstruído, uma perda inesperada, uma decisão inadequada, uma queda, um acidente, um filho ausente; tudo isso fragiliza esse fio. Que a alma resista, ria e rime com o amor; sustentáculo maior de todos nós. Precisamos uns dos outros para nos sentir no necessário equilíbrio da existência. Muitas pessoas passam ao longe de entender seus sofreres, e na dificuldade despercebem esse precioso fio, que alimenta e sustenta a doce e passageira vida. Ele se alicerça e se reforça pela fé, pela alegria e pela vontade de viver; e, é estruturado pelo sustento que nutre a alma, e que faz a vida valer a pena. Que seja Deus, no nosso existir, parte, principio e energia desse valioso fio.

A coluna Momento de Reflexão é publicada

aos sábados

Com a assinatura do Dr. Russen Moreira Conrado

Cirurgião Plástico e psicoterapeuta CRM: 5255-CE

RQE Nº: 1777   – RQE Nº: 1811

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