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Prova de proficiência para medicina

E se houvesse? Talvez, fosse algo a se pensar. Quando alguém presta vestibular para alguns cursos superiores (música, arquitetura e letras estrangeiras), é necessário confirmar que existem os requisitos básicos para essas carreiras. Não basta querer fazer. É obrigatório provar que há condições de se fazer. Eis o dilema! A cada dia, brotam novos cursos de medicina. Cursos, deveras, questionáveis. Um quantitativo cada vez maior de aspirantes à medicina cujas motivações são extremamente diversas. Um quantitativo imenso de jovens que enveredam na jornada de cuidar e tratar de quem padece de dores físicas e emocionais. Mas, para ser médico, bastar fazer vestibular para medicina, pagar créditos e finalizar o internato? Ou seja, basta vencer os 6 anos de curso?

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Claro que não! Essa área do saber humano necessita de ética, humanidade, empatia, dedicação e ancoragem na ciência. Isso é vinculante, mas, inoportunamente, para fins formais, basta terminar os 6 anos de curso e registrar o diploma validado pelo MEC num CRM. Com isso, todo estudante de medicina será médico. Conseqüentemente, temos uma porção de médicos que, a meu ver, não poderiam ser médicos. Temos uma parcela de médicos pouco éticos e desprovidos de empatia. Temos um bocado de médicos que não percebem a importância da sua função. Temos uma fatia de médicos alheios à dor do outro. Temos médicos que não são, não serão e nunca foram médicos.

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Ainda acredito que a maioria dos médicos honra a sua função, a sua formação e o seu juramento. Ainda percebo que a maioria dos médicos luta e busca o melhor para seus pacientes. Portanto, nós, médicos, precisamos ser duros e intolerantes para essas falhas éticas que expõem a medicina e o atuar médico. Eis que fica a reflexão: e se tivéssemos alguma prova de proficiência para medicina?

 

Autor: Dr. Régis Barros
Médico Psiquiatra e Psicoterapeuta
Preceptor da Residência de Psiquiatria do Hospital de Base do DF
Mestre e Doutor em Saúde Mental pela FMRP – USP

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