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Ouro do tesouro

Cemitérios, sepulcros e crematórios, e os locais onde descansam corpos escondidos, albergam uma riqueza gigante (a maior que os olhos e as mentes sâo capazes de ver ou dimensionar). Nesse texto, eu ressuscito esse tesouro, que se abrigou nas tramas do psiquismo, e nos enigmas do Espírito, de quem nos antecedeu na eternidade. Aqui, louvo e faço um culto ao sublime valor que ficou oculto; vindo da insondável fortuna de tantas pessoas que faleceram sem realizar seus sonhos, sem objetivar suas ideias, e sem vislumbrar o que prescreveram em suas mentes (e que não ocorreu). A vida concebe que sempre teremos algo a terminar; por mais que queiramos, no fim, ficarão reticências, sonhos desfeitos, e vários ensejos, no âmago de nossos desejos. O mistério que ascende em nós, o saber que se esconde nos motes da morte fala; falta muito, porém, para ser decifrado. Dela, da morte que frequentemente quer dançar com a vida, escutamos o silêncio que grita, ou o grito que cala.

Desse ouro, também ficam enclausurados na riqueza de nossos pensamentos, a gratidão que não existiu; o perdão que não foi pedido; a confissão que ficou calada; o presente escondido; o medo que foi perdido; a certeza da verdade, que na bruma do tempo permaneceu enevoada; a ideia que na fumaça do desejo ficou evaporada; e o sorriso, o exemplo, a saudade, o legado, ou tudo que nos enleva e nos revela em nosso existir. Quantos livros deixaram de ser impressos? Quantos escritos foram lidos apenas pelos vermes que desfrutaram a fome do fim? Quanta ilusão se perdeu pela derrota, ou resposta, que a doença causou? Como ficaram as frestas das vontades que a finitude ceifou? Tudo isso está incluso, nesse diamante do OURO DO TESOURO, que foi sepultado e arquivado, enquanto por aqui estivermos. Isso passa de pai a pai, dia a dia, passo a passo. Aí pergunto: por que adias o que deve ser realizado? Por que procrastinar vontades? Desfrutemos o que se enclausura enjaulado, nos feitos e defeitos que nossa mente acoberta!

A vida é um mistério de amor, de dor e de valor. Cada um de nós faz bom proveito, ou despeito, do tempo que lhe provém, e da ação que lhe ergue, trava, ou consome, e lhe faz ir além! Alguns, mais desafortunados de bons valores, somente se lembram do que lhes convém; esquecem-se do mal que fizeram ou do beneficio que receberam; e, no fim, estão juntos do ouro do tesouro, e são, ou não o sâo. A riqueza escondida e volatizada dos trâmites das mentes que partiram previamente para a perpetuidade, jamais conseguiremos quantificar – ficará arquivada na sombra do pensar (ou na luz do concretizar). TESOURO – ficou velado e calado, e de outro jeito é amado. Esse texto, que seja também um tributo ao outro, uma homenagem aos donos dessa riqueza, e sirva para acordar alguns que vivem submersos na esteira da acomodação, ou na peneira da sofreguidão. Enquanto possível, sejamos também, pedras preciosas, tesouros diferentes; acervos de bons afetos e ternura; força, paz e alegria, entre os viventes. O fim que findou um ciclo, que crie amor ao transformador sim – ao sim, seja a nossa vida (transformar dor em amor).

 

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