fbpx

Aprender a perder

Pendendo para o lado da indagação que estamos a responder durante toda a existência, questiono – como aprender a perder, e como transformar o redemoinho e os contratempos que aparecem na vida, de maneira mais serena, firme e aceitável possível? Valorizemos deverasmente, aquilo que nos faz sorrir e nos mantêm aqui para servir; mesmo hipnotizados pelos efeitos da tristeza, abalo e comoção, e pelo caldo do medo, que engrossa ou enfeitiça a solução. Eduquemos vontades, imaginação, coração, e emoção. Como abrir a porta da escola que nos faz renascer das cinzas do perder? Delimitemos nosso sofrimento, saudade e o desconhecimento, que nos acompanha na provação. Observemos, aceitemos e mudemos. Nosso tempo é diferente do tempo do Criador. Perder traz ganhos e ganhar também traz perdas. Esse aprender ensina o valor de ganhar; e enaltece o que fazemos para acolher (ou driblar) um novo perder.

 

O tempo é um ótimo professor, que nos orienta a compreender perdas. Todas as vezes, porem, é um cruel e gentil algoz (ou, um sutil inquilino, um suave assassino, e um aliado demolidor), que elimina todos os seus aprendizes. De fato, perder não é algo fácil de absorver. Associado ao medo e às mudanças indesejadas eles constituem o trio que mais rebusca, remexe e derrete a organização do psiquismo. “O problema vai embora quando aprendemos o que ele veio nos ensinar” (uma benfeitora da vida, assim iluminou meu pensar). Pelo entropismo do mundo e do que acontece com as pessoas, sabemos que é necessário a nossa atenção, concentração e ação para contornar o natural desarranjo que desarmoniza tudo que existe. E quando esse acontecer acontece junto de perdas e de pedras que imaginamos não tolerar, ou não suportamos enfrentar, ou superar? Parece que a persistência, frequência e repetência do perder leciona essa tocante lição! A criança que enxerga isso mais jovem, tem mais habilidade de “brincar” com a frustração, e menos vulnerabilidade de sofrer com o caminho de espinhos que a vida oferece ocasionalmente.

 

Existe um ditado que diz: “bom é o varão que aprende na cabeça dos outros e na sua não”. A ânsia ou a pressa de assimilar o que passa na perda (ainda que não queiramos ser perdedores), atrapalha a nossa condição de fazê-lo. E sobre o aprender, como ganhar e entender, o velho que o jovem deve ver, e o jovem que o velho deve ser? Louvemos a disciplina; e renovemos ou cuidemos dos remendos ou desmandos, que a mente cria, destrói, ou desconfia! Sonhos que não conseguimos quantificar ou dimensionar flutuam no caldeirão do que se perde, ou mesmo no campo da imaginação daquilo que nos traz bons trunfos ou triunfos. Escolhas e decisões difíceis são ganchos que acarretam perdas e outros ganhos embutidos; é um aprender a perder para aprender a vencer. Aceitar perder é uma sublime arte dominada pelas pessoas que sabem o que é o viver. A derrota, muitas vezes, ensina mais do que as vitórias, apesar das lágrimas; que esse banho vindo do olhar nos decifre sobre o ganho do amar.

 

 

Este post já foi lido6384 times!

Compartilhe esse conteúdo:

WhatsApp
Telegram
Facebook

You must be logged in to post a comment Login

Acesse GRATUITO nossas revistas

Send this to a friend