fbpx

Presidente do Sindicato dos Médicos participa de audiência pública no Senado Federal para debater situação precária da saúde no Ceará

O Sindicato dos Médicos do Ceará, representado pelo presidente da entidade, Dr. Leonardo Alcântara, participou de uma audiência pública na Comissão de Direitos Humanos (CDH) do Senado Federal, em Brasília, na manhã desta sexta-feira (5), para discutir sobre a atual situação da saúde no Ceará. A audiência aconteceu devido ao requerimento do senador Eduardo Girão (Novo-CE) e da senadora Augusta Brito (PT-CE), após visita no Hospital Infantil Albert Sabin (HIAS), onde foi presenciado crianças em macas, cadeiras de plásticos nos corredores de emergências e famílias alocadas sem estruturas adequadas.

Na ocasião, o presidente do Sindicato destacou que a entidade recebe diariamente queixas, reclamações e apelos de médicos diante das situações que estão presenciando nos plantões. Durante o momento, o profissional citou relatos de profissionais que saem do plantão chorando e que estão em situação de Burnout, por estarem vivenciando momentos de caos na emergência do HIAS, em Fortaleza.

“Na pandemia, por tudo que passamos, o aprendizado que a gente poderia ter extraído, seria a capacidade de uma resposta rápida nestas situações. Essa é uma situação emergencial, que está levando à gravidade os quadros clínicos, principalmente pediátricos. Na pandemia, houve um volume menor de demanda pediátrica e agora não estamos mostrando capacidade de resolução do problema, na qual é necessário contratação de profissionais, melhoria na estrutura e compra de medicamentos”, destacou o Dr. Leonardo Alcântara.

Ainda em sua fala, criticou o fechamento de unidades hospitalares no Ceará nos últimos anos, o fechamento de leitos, de atendimentos pediátricos, bem como sua preocupação com a terceirização e quarteirização da saúde pública e os constantes atrasos salariais dos profissionais.

O deputado estadual Romeu Aldigueri, líder do governo na Assembleia Legislativa do Ceará, participou virtualmente, onde destacou ações realizadas pelo Governo do Ceará, como a ampliação de hospitais, os consórcios de saúde e a construção do hospital universal dentro do campus da Universidade Estadual do Ceará (Uece).

A subdefensora Pública-Geral do Ceará, Sâmia Costa Farias, ressaltou que a Defensoria Pública do Estado do Ceará, por meio do Núcleo de Defesa da Saúde (Nudesa), tem buscado solucionar demandas de forma administrativa de pedidos, como marcação de consultas e exames, para evitar judicialização da saúde e dar um tratamento mais célere.

O presidente do Instituto de Saúde e Gestão Hospitalar (ISGH), Flávio Deulefeu, também participou virtualmente. Na ocasião, ressaltou a complexidade do sistema de saúde e colocou a sua visão para que as organizações sociais (OS) não sejam comparadas a cooperativas e terceirizações. De acordo com ele, cerca de 90% dos profissionais do ISGH são celetistas, com salários em dia e direitos trabalhistas garantidos.

 

Pediatria nos postos de saúde

O presidente da Comissão de Saúde da OAB-CE, Ricardo Madeiro, apontou que, apesar de o Estado ter equipamentos e estruturas em boas condições, os serviços não funcionam. Ele citou que nesta semana o Hospital Infantil Albert Sabin atingiu o número de 120 crianças à espera de leito e afirmou que a crise está sendo gerada pela desassistência que deveria ocorrer na atenção primária e secundária.

“As Unidades Básicas de Saúde (UBS) que seriam porta de entrada, não estão fazendo seu papel. As equipes de saúde estratégicas da família estão totalmente desestruturadas, não existem mais essas equipes, a pediatria nos postos de saúde acabou. Temos em torno de 13 pediatras para 175 postos de saúde, essas crianças procuraram acesso nessas unidades e não encontram, vão para os hospitais secundários, que fecharam os serviços, estão indo para os de alta complexidade, como o HIAS, onde 70% das crianças têm perfil de crianças secundárias”, afirmou o advogado.

Ricardo Madeiro também alertou sobre a recente decisão da Secretaria Municipal de Saúde de Fortaleza (SMS), de colocar 23 pediatras em 23 postos de saúde da Capital para diminuir demandas do hospital terciário. No entanto, não houve a contratação de novos médicos. Segundo o presidente da comissão, são servidores já lotados nas unidades que vão suspender as consultas eletivas para atender emergências no período de 70 dias. “A medida não vai resolver o problema, precisaria, sim, contratar mais profissionais”, finalizou apelando pelo fim da terceirização no Brasil.

 

Sesa

Em participação virtual, a secretária da Saúde do Ceará, Tânia Mara, falou sobre o plano de contingência realizado em fevereiro deste ano para o enfrentamento do período de sazonalidade. Entre as medidas tomadas, a secretária citou a antecipação do calendário vacinal, a abertura de nova emergência no HIAS, de 118 leitos de internamento e a abertura de mais 10 novos leitos nesta segunda-feira (8) em um hospital filantrópico em Fortaleza. Além disso, falou sobre a convocação de dois mil profissionais concursados este ano, do esforço para que os serviços realizados por cooperativas sejam apenas um complemento, dos investimentos para descentralizar os serviços de saúde e da regionalização para desafogar a fila de espera por cirurgias.

 

Encaminhamentos

Ao final da audiência, Dr. Leonardo Alcântara, sugeriu retomar emergências pediátricas e a reabertura de hospitais que se encontram fechados. “Este debate está sendo profícuo, vejo que há um reconhecimento dos problemas e soluções apontadas também. Não estamos apontando essa gestão, os últimos meses ou últimos dias, estamos tratando de problemas que se arrastam há anos e precisamos tratar”, finalizou.  

 

 

Assessoria de Imprensa Sindicato dos Médicos do Ceará 

Este post já foi lido297 times!

Compartilhe esse conteúdo:

WhatsApp
Telegram
Facebook

You must be logged in to post a comment Login

Acesse GRATUITO nossas revistas

Send this to a friend