fbpx

Velar a glória do velho

“As pessoas que não alimentam em si, os recursos necessários para viver na relativa felicidade, acharão execráveis todas as idades da existência” – essa reflexão, que li num livro de filosofia falando sobre esse período da vivência humana, e outras geniais observações de pessoas que vivenciam o brilhante valor (escondido) da velhice, me inspiraram a escrever esse texto, para acendermos uma preciosa chama de amor – uma vela eterna, para velar a terna glória do velho. E qual seria na realidade, a grande nobreza do velho? A adultez madura, essa fase onde flutuamos nosso pensar numa série de situações pontuais, e instigamos nosso agir para fazer cumprir nas pessoas senescentes a sua sublime relevância, é um instante que necessita ser trabalhado, reconhecido, estudado, destacado, apreciado e bem executado. O livre arbítrio do amadurecimento brinca ou briga com os limites; precisa porém, ser respeitado e ponderado. O momento presente, em qualquer idade ou lugar, deve ser o nosso maior amigo; mesmo quando o sonho da jovialidade aflorar, ou quando o limite do tempo (da velhice) nos afrontar.

 

Que as mudanças flutuantes da mente, e a maturidade, com seus ganhos e perdas, e com algumas falhas ou louvores do envelhecer, sejam aliadas para fazer e trazer no velho uma relativa exuberante alegria de viver. O significado da vida, que seja sempre abastecido, carimbado e selado por um caminhar e evoluir contínuo. Mesmo que instiguemos nosso pensar a descrever, traduzir e responder essa gigante questão, pergunto – por que estamos aqui? Qual o sentido da existência humana? O envelhecer é uma continuidade; é um adultecer para aceitar carregar ninhos vazios ou abarrotados; é um perene reconhecer o novo que aparece; é um rejuvenecer-se frequente, mesmo nas névoas do indesejado. A etapa mais experiente da vida será e terá um mar de abundante prazer, se a soubermos amar. E sobre a glória maior? Calma – a história concebe que a paciência, a sapiência, e a prática das virtudes é a direção melhor e mais pavimentada pelas pessoas que engrandecem o envelhecer; e que vivem a jovialidade, mesmo no anoitecer da aurora da vida. Nessa fase valorizemos também – sono adequado, boa alimentação, atividade fisica, apoio familiar, bastante amor, e uma pitada de sonhos (para remoçar).

 

“Admiro a mocidade não querer envelhecer; velho ninguém quer ficar; e novo, ninguém quer morrer” – bom mesmo é a vida onde aceitamos os arroubos do tempo; ainda que façamos, com inteligência e sem arrodeios exagerados, da “velha ou nova vaidade”, uma amiga para conversar. E sobre o convencimento desse passar o tempo; e o passatempo que o conhecimento nos agrega de tantos bons valores no viver? A ignorância gangorreia com esse exuberante conhecimento; que ele seja incessante’mente’ um nobre aliado do nosso pensar. Velar a glória do velho – eis adiante a resposta e o desejo! O grande prêmio (e a maior glória) da velhice será – estar vivo e assim se sentir, até o dia que a morte bater a porta do fim (ou do recomeço que virá). Esse texto é um louvor e um singelo gesto de gratidão aos velhos jovens (não aos jovens que se sentem velhos); estes indivíduos que nos ensinam (antes da saida) pelo seu saber, ação e amor, o valor da vida que vale a pena ser bem vivida.

 

 

Este post já foi lido632 times!

Compartilhe esse conteúdo:

WhatsApp
Telegram
Facebook

You must be logged in to post a comment Login

Acesse GRATUITO nossas revistas

Send this to a friend