(Des)gosto da derrota

Perder ensina. É interessante se a gente vislumbrasse o tempo de maneira mais acelerada, e víssemos instantaneamente se repetir a história em outros momentos; talvez, não tivéssemos tanta inquietude ou pouca aceitação da derrota do presente. Desgosto é uma falta de prazer ou de alegria; e qual o sabor (ou gosto) do aprender que o perder traz? Exaltar o controle da emoção e da profícua reflexão, além de oferecer grande aprendizado misturado no lamento, grande crescimento lapidado na capacidade de aceitar, e grande responsabilidade na pintura do quadro da arte do aprender a viver e amar..!! A derrota, é factivel de ensinar mais do que a vitória, apesar das lágrimas. Platão disse: “vencer a si próprio é a maior das vitorias”. Será que perder para si próprio (considerando medos, contratempos, fronteiras, limites, receios, etc), também é a maior das derrotas..??

E se meditássemos que tudo tem o seu fim..?? E que o destino está traçado na peneira dos acontecimentos, ainda que façamos o que é necessário para trocar o resultado desejado..?? O homem é um ser sociável, que precisa, sempre que possivel, valorizar o entusiasmo, benefício e vigor da boa ação. Que o (des)gosto da derrota traga aprendizado, maturidade, crença no alcance do erro e do acerto, a necessária mudança, e a excelsa readaptação. Sabemos que tudo que vem embutido no carro do fracasso seria pior, se pior fosse. Ela é enganada pelo trabalho; pela admiração da beleza, amizade e natureza; pela valorização de legados; pela seiva da inteligência; e pelo prazer de viver no presente. Para vencer é preciso saber perder; e aprender com o gosto amargo da desistência, mesmo com o tempero da insistência. O triunfo vem sobretudo, do persistir, com disciplina, constância e paciência.

E quando a derrota chega na cirscunstância da adversidade, da doença e dos limites? Quando vem associada a angústia e outras coisas mais? Quando ela bate à porta carregada de múltiplas intempéries e contratempos? Quando ela cavilosamente vem junto da tempestade do medo, e anexa do redemoinho da ignorância e descontrole mental? E quando ela vem num ensopado de despreparo, de desesperança, e de arrependimento? Eita derrota invocada; ela é uma coceira na vontade inalcançada. Ela mexe no caldeirão da emoção e na capacidade da aceitação, repito. Precisamos entender que é uma portentosa vitória o continuar seguindo avante; louvando e honrando o precioso valor da vida – isso é uma sublime vitória do ser, e uma deslumbrante derrota da derrota.

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