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Sentir o sofrer

A criança emocional, o adulto racional, o sonhador sem limites, ou quem quer que seja com seu escambau, tem a necessidade de num ou noutro momento sentir o peso da repetição do sofrer; para crescer, aprender a superar o que traz dor, enfrentar o perder, e ensinar a viver. Algumas vezes, tenho esse pensamento – não sei se estou certo ou errado, se é adequado ou incongruente, se é ilusório ou real, se é verdade ou ficção, se é entendível ou passa longe das mentes que são pensas no pensar. O certo é que, a dor é inevitável, mas a capacidade ou a escolha de sofrer, com frequência é opcional; principalmente para as pessoas que têm uma apurada inteligência emocional, ou uma afiada capacidade de perder. Que todas as teorias que explicam como pensa e age o ser nosso de cada dia, sejam de fato, sublimes amigas aliadas. Mesmo apesar da tristeza, a vida tem que continuar. Com razão, imagino que, nem tudo que flutua na consciência tem a resposta que a ciência, a religião, ou a filosofia explicarão!

 

Argumentar a gangorra da inteligência e da sabedoria (imaginando que uma seja mais portentosa do que a outra) é filosofar naquilo que o mistério da mente não explica, com eficiência ou alegorias mentais. Principiando um pensamento filosófico que diz: “um homem inteligente sai de um buraco que um homem sábio não cairia” – como o sábio aprenderia a sair de buracos, se neles, ele não cai? Não seria o inteligente mais sábio que o sábio por aprender a sair deles? Nesse texto analiso essa comparação – o sentir o sofrer, no tempo, não seria ainda mais profícuo, benéfico, e rentável, se, de vez em quando nos permitíssemos senti-lo de novo (novamente), com toda grandeza e penar que ele ensina e traz? Mesmo apesar do peso dos pesares que qualquer pensamento filosófico, ou sofrer faz? Nesse texto lembro de um paciente que desejava se ver livre de psicotrópicos e ansiolíticos, para sair momentaneamente da sua “prisão”; e ter a liberdade de poder vivenciar o sofrer (com lágrimas que se escondem, mas que necessitam aflorar para melhor viver) – curioso, não é mesmo? Que reflitamos sobre o valor escondido no amor, de viver, e de SENTIR O SOFRER – essa também é a missão desse texto.

 

Um aforismo de Contardo Calligaris, que referenda sobre uma das principais lições da psicanálise diz: “todo desejo implica perdas” – e sentir o sofrer (ou viver os arroubos ou agrados do amadurecimento que a perda traz), é um desejo que deveria passar na cabeça de quem quer aprender com o sentido e presença do perder, ou de qualquer outro acontecimento? Busquemos o controle e a liberdade de saber ouvir. Aprendamos os ensinos de quem nos faz sorrir, e de quem nos orienta o bom caminho que explica o existir! Que os elo(gio)s, alimentos da alma e revigorantes do espirito, tornem-se alicerces para um aprendizado que vale a pena agradecer (que não sejam, porém, necessários acontecer). Que o sentir o sofrer seja um caminho arborizado onde possamos colher os louros ou frutos que também se escondem no perder. Pois, se enterrarmos e tatuarmos nos nossos pensamentos, que a perda somente trará dores, teriamos nós a capacidade de enfrentá-las, com o arrodeio perene delas em nossa vida? Sintamos o sofrer, aprendamos com ele; e vivamos fazendo a vida valer a pena (mesmo com o rasgo que a dor causa). É por aí…!!!

 

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