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Cientistas soam o alarme com a nova variante da Covid-19, a BA.2.86, denominada de “Pirola”

A “BA.2.86 é a cepa mais impressionante do SARS-CoV-2, que o mundo já testemunhou desde o surgimento da variante Omicron, disse François Balloux, professor de biologia de sistemas computacionais e diretor do Instituto de Genética da University CollegeLondon.

O sequenciamento genético encontrou a BA.2.86 em seis casos de Covid-19 até agora, sendo o primeiro na Dinamarca, em 24 de julho. Os outros casos foram de Israel, Reino Unido e EUA. Nenhum dos casos parece relacionado. A Agência de Segurança de Saúde do Reino Unido disse, que um caso correu numa pessoa sem histórico recente de viagens, sugerindo um grau de transmissão comunitária dentro do próprio Reino Unido.

A diversidade genética sugere que a BA.2.86 está em circulação há meses, disse Balloux. “Curiosamente, todas as mais de 30 mutações nesse longo ramo são encontradas na proteína de pico, através da qual o vírus entra nas células, que é o alvo dos anticorpos neutralizantes.”

A BA.2.86, que alguns meios de comunicação apelidaram de “Pirola”, é uma subvariante da variante Omicron, esta descendente da cepa BA.2, que levou a casos generalizados de Covid-19 no início de 2022. A nova cepa tem mais de 34 mutações do que BA.2, e 36 a mais do que a XBB.1.5 (apelidada de “Kraken”) e a cepa recomendada para a próxima dose de reforço na vacinação, de acordo cum uma análise inicial feita por Jesse Bloom, virologista computacional do Fred Hutchinson Cancer Research Institute em Seattle, EUA.

A BA.2.86 tem “pelo menos tanto” escape de anticorpos quanto a XBB.1.5, quando comparada com a BA.2, merecendo, por isso, um monitoramento de alta prioridade para sinais de propagação, escreveu Bloom. A Organização Mundial da Saúde rotulou BA.2.86 como uma “variante sob monitoramento”, seu segundo nível de variantes notáveis de Covid-19.

As mutações dão à BA.2.86, “todas as características marcantes de algo que pode decolar”, disse Kristian Andersen, imunologista do Scripps Research Institute, nos EUA. Ele acrescentou: “Nosso cenário de imunidade agora é complexo, então é muito cedo para dizer que isso acontecerá. Acho que pode ter suspresa.

Transmissibilidade e gravidade

No momento em que este artigo foi escrito, pouco se sabia sobre a transmissibilidade da BA.2.86, ou se ela poderia causar doenças mais graves, mas os cientistas não esperam que seja muito diferente das cepas Omicron anteriores, atualmente em circulação.

Bloom escreveu: “Embora os anticorpos neutralizantes (que são parcialmente escapados por variantes altamente mutadas como aBA.2.86) forneçam a melhor proteção contra infecções, também existem mecanismos mais amplos de imunidade provocados pela vacinação e infecção que fornecem alguma proteção contra doenças graves, mesmo para doenças graves por variantes mutadas.Portanto, mesmo que comece a espalhar-se, estaremos numa situação melhor do que estávamos em 2020 e 2021, uma vez que a maioria das pessoas tem agora alguma imunidade ao SARS-CoV-2.”

Balloux disse: “Mesmo no cenário em que a BA.2.86 cause uma nova onda importante de casos, não esperamos testemunhar níveis comparáveis ​​de doença grave e morte, como ocorreu no pior no início da pandemia, quando das variantes alfa, delta, seguida da propagação davariante Omicron.

A descoberta da BA.2.86 ocorre logo após a preocupação pública sobre a subvariante EG.5/EG.5.1, chamada de “Eris”, que se tornou dominante nos EUA, e foi responsável por 17,4% dos casos em todo o mundo na semana que terminou em 23 de julho.

Balloux acrescentou que, ao contrário da EG.5, a subvarianteBA.2.86 merece muito mais atenção. “O cenário mais plausível que explica o seu aparecimento, é que a linhagem Omicron adquiriu as suas mutações, durante uma infecção de longa duração numa pessoa imunocomprometida há mais de um ano, e depois voltou a espalhar-se pela comunidade”, disse ele. “Desde então, a BA.2.86 provavelmente tem circulado em uma região do mundo com má vigilância viral, e agora tem sido repetidamente exportada para outros lugares do mundo. Nas próximas semanas, veremos quão bem a BA.2.86 estará se saindo em relação a outras subvariantesOmicron.”

Bloom disse que, para ter sucesso, a BA.2.86 precisaria combinar a sua vantagem antigênica, com a transmissibilidade inerente do tipo visto nas subvariantes XBB. E conclui: “O cenário mais provável é que esta variante desapareça e, num mês, ninguém além de pessoas como eu, se lembre da sua existência.”

Referente ao artigo publicado em Nature

 

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