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Cura da loucura

O filósofo Nietzsche, numa de suas reflexivas afirmações, assim expressou enigmaticamente suas palavras: “se minhas loucuras tivessem explicações não seriam loucuras”. Com esse aforismo, aqui flutuo o meu pensar buscando encontrar a ação que explica esse incongruente ou inconsequente modo de ser. Quer dizer que o louco, uma vez louco, sempre assim será? Fujo da ideia de querer entender isso como uma verdade absoluta; ainda que tenha certeza que há loucos que apresentam uma alteração psiquica tão severa que jamais terão um pingo sequer de sadia ou sábia sanidade. Esse mesmo austríaco também complementa nas suas elucubrações que: “há sempre alguma loucura no amor; mas há sempre um pouco de razão na loucura”. É nesse pingo de razão, mesmo sem tantos fundamentos ou justificativas, que minha imaginação tenta pescar essa cura, ainda que eu não encontre a isca ou o chamariz da solução. Neste texto, eu misturo um pouco o que é ético, moral ou legal, com aquilo que vem do intelecto, da imaginação, ou da ação de entender para ajudar, a louca loucura que nem os loucos conseguem expor, decifrar, penetrar, ou expressar..!!

 

Mesmo que meus colegas (mais entendedores do que eu em relação ao funcionamento do psiquismo) acreditem ser isso fruto de uma grande ignorância, a minha suspeita ou desconfiança flutua nessa possibilidade e ânsia, de querer ajudar ou encontrar essa ausência de explicação. Talvez, esse primeiro nome do titulo seja apenas a cura que existe no nome loucura (raciocinando em termos da origem da palavra), não a cura da loucura propriamente dita. Filosofar não arranca pedaços; é factivel, porém, de gerar ou criar o que se esconde na maioria das mentes que não o fazem. Etimologicamente, loucura vem da junção das palavras louco (que perdeu a razão), e ura (sufixo que indica uma ação ou efeito dela). Será que para o louco, na filosofia de seu penso pensar, pessoas consideradas relativamente normais, são os verdadeiros loucos da história..?? Ou eles não teriam essa dimensão..?? Como imaginar e entender a loucura se não somos ou não temos a capacidade e a “empatia” para ingressar no mundo do louco..?? Estaria essa cura na espiritualidade, na pesca da ciência ou no anzol da consciência..?? Decerto, temos ou escondemos (deus)cisões que (deus)afiam (deus)tinos ou (deus)ejos..!!

 

A procura da obscura cura que se esconde na mente do louco (e do estudioso do psiquismo) é possível trazer surpresas, e até mesmo certezas. Aristóteles diz: “nunca existiu uma grande inteligência sem uma veia de loucura”. Provavelmente, seja sutil a linha que separa a genialidade da loucura; ainda que, para alguns, ela seja uma estrutura cimentada; e noutras ocasiões, para outras pessoas, pareça ser frágil e estreita. O mundo hoje é uma fábrica de seres que passeiam nos arredores ou nas beiras dos desfiladeiros da loucura. Mesmo sabendo que, muitas vezes, é nessa busca de entendê-la que encontramos o autoconhecimento que tanto procuramos. A razão (ou desrazão) “diferente” que se esconde no abismo da loucura seria capaz de buscar essa cura que imaginamos não existir quando estamos longe dessa situação..?? Bem, aqui exponho indagações para transformar em trivial (ou desigual), a essência do necessário real e da solução essencial vindas do ensino (e da existência) da loucura. Com responsabilidade, e limites, façamos parte da cura da loucura, do mundo, ou de quem quer que assim seja – assim seja.

 

 

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