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Tratamento de câncer de mama pode impactar saúde óssea

Pacientes precisam de níveis de vitamina D acima de 30ng/mL

“O tratamento contra o câncer de mama, seja com quimioterapia, uso de inibidores de aromatase ou análogos de GNRH, acaba impactando o tecido ósseo e, por isso, vale alertar as mulheres que estejam nesta situação para a importância da avaliação óssea antes, durante e depois do tratamento contra recidiva do câncer”, alerta Dr. Marcelo Steiner, ginecologista da diretoria da Associação Brasileira de Avaliação Óssea e Osteometabolismo (ABRASSO).

 

 

Existem vários tipos de câncer de mama (CA) e o tratamento depende de cada caso e se o carcinoma tem receptor para hormônio ou não, pois isso implica a forma de tratamento.

 

 

Quando o CA tem receptor para os hormônios estrogênio e progesterona, uma estratégia terapêutica é bloquear a produção hormonal e diminuir sua atuação no tecido mamário. “Esse bloqueio serve para fazer uma prevenção secundária da doença. Se a paciente está em fase reprodutiva, os medicamentos chamados de agonista de GnRH, tem essa capacidade de bloquear a função ovariana, que também servem para diminuir o comprometimento do ovário e a toxicidade da quimioterapia. Entretanto, ele tem bastante impacto no tecido ósseo, pois haverá a supressão potente e aguda da produção de estrogênio, muito maior do que acontece na menopausa fisiológica, aumentando o risco de uma taxa de perda de massa óssea bem alta”, alerta Dr. Steiner.

 

 

A quimioterapia, por si só, independentemente de ser no período reprodutivo ou na pós-menopausa, pode levar a uma taxa de perda de massa óssea considerável, e isso deve ser considerado especialmente nas mulheres mais jovens, pois esse tipo de tratamento tem alta toxicidade para os ossos.

 

 

Para essas pacientes menopausadas e que estão em tratamento para CA, uma das estratégias para prevenção secundária é o uso do tamoxifeno ou de inibidores de aromatase, as 2 opções principais.

 

 

“O uso do tamoxifeno, um inibidor seletivo do receptor de estrogênio, pode trazer perda de massa óssea na mulher no período reprodutivo embora esse impacto seja menor do que outros medicamentos”, explica o ginecologista da diretoria da ABRASSO.

 

 

Já na mulher pós-menopausa, ele conta que o tamoxifeno acaba tendo uma atuação protetora da massa óssea que, em razão da menopausa, já não tem mais estrogênio.

 

 

A mulher que usa inibidor de aromatase tem maior risco de perda de massa óssea, pois esse medicamento suprime qualquer produção periférica de estrogênio e isso acaba repercutindo nos ossos. “Essas mulheres precisam de um acompanhamento especial para saber se devemos fazer um tratamento para evitar perda maior de massa óssea e/ou até fraturas”, alerta Dr. Steiner.

 

 

“Apesar dos impactos gerados na saúde óssea, é preciso enfatizar a importância do tratamento contra o câncer de mama, respeitando o uso dos medicamentos indicados e consultas de acompanhamento. E sobre a saúde óssea, orientar sobre o exercício físico, a nutrição, consumo proteico e de cálcio adequados, níveis de vitamina D acima de 30ng/mL, ou seja, tudo que é necessário para a manutenção da saúde dos ossos”, explica o ginecologista.

 

 

As mulheres na pós-menopausa que apresentem algum risco de osteoporose e estão em tratamento contra o CA, por exemplo como inibidor de aromatase, pode-se administrar medicamentos antifratura, como os bisfosfonatos (ácido zoledrônico) para que haja uma menor perda de massa óssea e risco de fratura. Isso vale para mulheres no período reprodutivo. Se supressão ovariana impactar sobremaneira a massa óssea, pode-se ponderar o uso de medicamento antifratura.

 

 

Já o tratamento com radioterapia, no que tange a saúde óssea, não costuma ser tão impactante.

 

 

Sobre a ABRASSO

A ABRASSO, Associação Brasileira de Avaliação Óssea e Osteometabolismo, representa a união das três principais sociedades médicas dedicadas ao estudo da osteoporose e do osteometabolismo no Brasil: SBDENS (Sociedade Brasileira de Densitometria Clínica), SOBEMOM (Sociedade Brasileira para Estudo do Metabolismo Ósseo e Mineral) e a SOBRAO (Sociedade Brasileira de Osteoporose).

 

Criada em 2011, conta hoje com cerca de 1.500 associados de diversas especialidades médicas, além de outros profissionais da área da Saúde que, juntos, têm a missão de difundir o conhecimento científico, estimular o ensino, a pesquisa e realizar ações preventivas da saúde junto ao público leigo.

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