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Desmonte da morte

A morte brinca, rebusca um chafurdo na mente de todos, inquieta o pensar, balança nossa capacidade de ser e aceitar; é a coisa mais certa da vida; é certo, porém, também, que agora, eu e muitos outros (talvez todos), ainda estamos estudando para triturar, captar e perceber o que ela quer nos ensinar. A dor doida que dói quando a morte abre a “sorte” ou a porta da saída da vida, é o que tentamos decifrar nesse texto, que estou a meditar. Esmiuçar os segredos acobertados pela ignorância oferece o alento que aparece rápido, quando a sabedoria se refaz – algum tempo depois que a morte se escancara e mergulha no nosso luto(ar). Precisamos ser amigos dela, e pela espiritualidade, entender que nada desaparece até nos explicar aquilo que temos que compreender. A vida, muitas vezes, se mede pela missão que nossa mente mostra, e pelas ações que fazemos antes do fim (ou do começo eterno que virá). Qual a potência de vida que ela causa..?? Sem julgar e com autobenevolência, parece que, quanto mais dominamos a morte, mais desconhecemos o sofrer da vida..!! Ela estimula em muitos vivos, um ritual – que seja sim, um símbolo de gratidão, homenagem, lembranças e consolação; jamais, exemplo de lamento ou sofreguidão desigual.

 

Imagine estar dançando com a doce vida. Em muitos instantes, nós conduzimos o baile na cadência e celeridade, melodia e velocidade que queremos, e que podemos; noutros momentos, a vida assume o comando da harmonia que precisamos, do sim ou do não que criamos, do fim ou do chão que pisamos, do ser ou esquecer que vivenciamos..!! A dança da mudança não é simples para ser reconhecida ou executada..!! E quando consideramos a morte como amiga passageira, mentora ou gestora derradeira, o que aconteceria se ela rebolasse conosco? Seria ela mais grosseira e instigante, mais ligeira e fascinante, ou mais faceira e cativante? Chegará o dia que ela brindará com você, que lê sem entender, ou que passeia fagueiro nesse compreender..!! Querendo ou não, ela bate no portão, num instante, ou arrodeia para que consigamos sentir o sabor do amor que o tempo da presença ou dependência alheia nos ensinou..!! A aceitação de algo imutável liberta. Quem desmonta a morte joga bola com a consciência ou com a sorte, e eventualmente, dá uns cocorotes na culpa e no medo; busca a essência divina, e deixa a inconsciência hibernando; enaltece a fé, o bom saber, e a vida que vale a pena viver. Bato sempre na tecla do temer, do observar, do aceitar, e do mudar, aquilo que morre em nós quando ainda estamos vivos.

 

Morte – quem alimenta a espiritualidade e o bálsamo que vem do mistério da fé, parece que a considera mais amiga do que o normal. Inquietações, sofrimentos, doenças, perdas e provações não são o momento certo para a batizarmos de camarada; talvez assim, decerto, nesse fim, muitos a considerariam uma seguidora que não queríamos ter por perto. Os amigos verdadeiros não julgam; juntam e juram amor, e conjugam o verdadeiro valor da vida, pelo bem-estar de todos. A morte amiga, não mata quem ressuscita no coração das pessoas. Perder para a morte também é vencer pelo amor, do viver. “Estamos numa breve passagem para a vida eterna; vida – graciosa essência, cheia de desafios, encantos e prazeres”. Qual é a lei da vida e da morte, da vidAMORte..?? Que o conhecer seja aliado da solução, e nos enverede por veredas longe do padecer. É necessário DC (Disciplina e Constância) para subir os batentes que a morte nos oferece na escalada ou escadaria da vida. O filósofo Sócrates disse, a propósito, que: “a morte pode ser a maior de todas as bênçãos humanas”. Entender os meandros dos enigmas que ela esconde fará amenizar, compensar, amortizar e amortecer ainda mais as incertezas que a vida faz (escondidas em todas as belezas que a existência traz). Neste texto eu a desmonto; para fazer valer a pena o vir, o ser, o servir, o rir, o viver, e o ir…

 

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