fbpx

Neurociência do Milkshake: como o cérebro nos empurra para alimentos gordurosos

Alimentos ricos e ricos, como sorvete, são amados não apenas pelo seu sabor, mas também pelas sensações físicas que produzem na boca, sua “sensação na boca”. Agora, os cientistas identificaram uma área do cérebro que responde à textura suave dos alimentos gordurosos, e usa essa informação para avaliar o fascínio por ele, orientando o comportamento alimentar.

 

 

Essas descobertas, publicadas em 16 de outubro no The Journal of Neuroscience, “adicionaram uma nova dimensão” da experiência alimentar à compreensão dos cientistas, sobre o que motiva as pessoas a escolherem certos alimentos, diz Ivan de Araújo, neurocientista do Instituto Max Planck de Cibernética Biológica em Tubina, Alemanha, que não esteve envolvido no estudo.

 

 

Língua para a textura

 

Para explorar como as texturas dos alimentos influenciam os hábitos alimentares, Fabian Grabenhorst, neurocientista da Universidade de Oxford, no Reino Unido, e seus colegas, se propuseram a quantificar a sensação dos alimentos gordurosos na boca. Os autores prepararam vários milkshakes com teores variados de gordura e açúcar, e colocaram uma amostra de cada uma, entre duas línguas de porco adquiridas de um açougueiro local. Os pesquisadores então deslizaram as línguas uma pela outra, e mediram a quantidade de atrito entre as duas superfícies, fornecendo um índice numérico da suavidade de cada shake.

 

 

Os pesquisadores então deram 22 milkshakes a participantes com as mesmas composições testadas nas línguas de porco. Depois de provar cada milkshake, os participantes fizeram lances sobre quanto gastariam para beber um copo cheio dele, após o experimento.

 

 

Os exames cerebrais que realizaram mostraram que os padrões de atividade em uma área chamada córtex orbitofrontal (OCF), que está envolvida no processamento de recompensas, refletiam a textura dos shakes. Os exames também identificaram padrões de atividade OCF que refletiram os lances dos participantes, sugerindo que essa região do cérebro, liga a sensação na boca ao valor colocado nesse alimento.

 

 

Para descobrir se essa descoberta se estende à ingestão de alimentos, os pesquisadores convidaram os participantes a retornar ao laboratório para um almoço gratuito de vários pratos de curry, com conteúdo de gordura variável. Sem o conhecimento dos participantes, os pesquisadores mediram quanto de cada curry os participantes comiam. Eles descobriram que aqueles cujos OCFs eram mais sensíveis à textura gordurosa, eram mais propensos a comer mais do curry com alto teor de gordura, em comparação com aqueles que não eram tão sensíveis à textura gordurosa.

 

 

Essas descobertas podem ajudar a moldar formulações de alimentos de baixa caloria e entender os mecanismos neurais de comer demais, diz Grabenhorst.

 

 

Referente ao artigo publicado em The Journal of Neuroscience

 

Este post já foi lido633 times!

Compartilhe esse conteúdo:

WhatsApp
Telegram
Facebook

You must be logged in to post a comment Login

Acesse GRATUITO nossas revistas

Send this to a friend