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Arte da morte

Saber viver aprendemos todos os dias; com nossas andanças, ações, relacionamentos e missões. E saber morrer, ou aceitar os respingos ou tempestades advindas da morte, exercitamos ou experimentamos todos os dias? Ou fugimos da resposta dessa coisa certa que nos inquieta quando estamos bem, e nos apavora quando ingressamos na encruzilhada desse fim, ou do além? Quanto mais captamos e compreendemos o sentido da morte, mais enaltecemos e enlevamos o valor da vida. A arte da morte está retratada em doentes terminais; flutua na mente deveras sofredora; mora em quem a estuda; ou permanece embutida em seres que fizeram essa viagem derradeira num acidente, trauma ou noutro processo fulminante, de repente. Todos os dias vemos o seu passeio; o adiar de alguns e o antecipar de outros; o espantar de muitos e o querer de poucos. A morte sempre vence a vida. O valor e o legado do viver, entretanto, exuberam e superam o destemor do morrer (quando comparamos com essa esteira, que passeia fagueira, certeira e faceira).

 

 

Onde fica nossa parte (em qualquer idade), que mexe e remexe nessa arte de partir para outro lugar desconhecido; que alguns chamam fim, e outros batizam de eternidade? O que permanece para a posteridade, depois que o óbito bate na porta da nossa impermanência? Existe a arte da morte, contudo jamais deverá acontecer a morte da sublime parte que vive em nós enquanto estivermos vivos. Preparar para parar diante dela também tem um mistério, um legado, uma herança, e um capital, que um sublime e sábio amigo batizou de “Beleza imortal”. “A morte é um dia que vale a pena viver” – esse é o titulo de um instigante e reflexivo livro escrito por uma sublime benfeitora da mente de muitas pessoas. “Quem quer ir para o céu”..?? – Questionou um sacerdote numa reflexiva homilia. Todos levantaram suas mãos. “Quem quer ir agora”..?? O mesmo homem fez essa outra questão; ao correr o olhar no vão daquele espaço, não tinha qualquer pessoa com a mão estendida para cima. Para a morte não ser tão horripilante e desgastante, temos que entender um pouco o enigma desse “descarte” (pode até parecer duro, mas faz parte)..!! Vivamos em plenitude, todos os ciclos da vida: o topo, a base, o ser e o estar..!!

 

 

E o que é verdadeiramente o céu, senão um espaço para celebrar conquistas, uma criação para honrar bondades, e um canto, onde o encanto da vida se encanta, com a magia daquilo que é maior do que a razão..?? Decerto, a arte de compreender a morte mistura-se com o sentido da vida, que pesca o enigma dessa ida para outro canto, que acalma ou inquieta a alma, e acalenta ou afeta o valor e o encanto da existência. Pela arte da escrita, aqui falo um pouco sobre a arte da morte; sabemos entretanto, que jamais existirá a morte da arte (essa que abrilhanta os olhos, agiganta a mente, aquilata a alma, e avoluma o preço do deslumbre humano). A morte demarca um limite, enleva o sabor da vida, e exalta o que fazemos com dedicação e amor. A arte de viver é um aprender constante e continuo, que todas as outras artes ensinam. Tenho a sensação que, frequentemente, o mistério da morte corre com energia acelerada; e nossa capacidade de copreendê-la, muitas vezes, engatinha – isso tudo (inclusive os passes e passos que não compreendemos) também, faz parte desse todo. Afinal, no tempo, entender essa arte, é traduzir e caminhar o caminho da “vírgula”, ou do “ponto” final… Eis uma sublime “?” para considerar.

 

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