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Destino e dez tinos

Carl Jung diz uma frase muito interessante, que brinca ou briga com a capacidade de muitas pessoas não conceber a transformação do enigma escondido no inconsciente, para as verdades explícitas na consciência; e comenta assim: “até você se tornar consciente, o inconsciente irá dirigir sua vida, e você vai chamar isso de destino”. Ele, e os efeitos e feitos das decisões, das escolhas, do que se passa no pensar, dos traços do passado, das tatuagens das dores, das crenças que algemam ou almejam as necessárias mudanças, das pessoas que trilham nossos caminhos; tudo estaciona e relampeja contínuos valores, ou somente passam sem aparentar deixar muito – mas, sempre ofertam algo, e também levam um pouco de nós. Tino seria uma espécie de intuição, juízo, rumo, ou sensatez a considerar. O ensino do que fazemos, com afinco ou despretensiosos, da persistência ou desistência, da coragem ou do medo, da disciplina ou do devaneio, de tudo que nos posiciona na relva da alegria, ou na pastagem da desesperança, muda o ser que somos, ou pensamos ser. Enfim, o fim que o destino (ou algo parecido) traz é a consequência da vida que criamos, formatamos, ensejamos e desejamos (com ou sem merecimento).

 

 

E sobre os dez tinos que toco neste texto? O nascimento, com suas essências que afloram desde a concepção, e mesmo antes dela. O vir ao mundo com toda condição, ou vivendo os arroubos do que provamos, temos, carregamos, e aprendemos com as pessoas que nos conceberam, ou que nos arrodeiam. O amor enclausurado, explícito ou desenjaulado, que no jogo do seu existir, nos faz sermos vibrantes, amantes da vida, ou titubeantes. O quarto, talvez seja o que existe no nosso quarto cerebral, e que não conseguimos definir com exatidão; o mistério, a mudanca, as perdas, os instantes que nos carregam inertes, muitas vezes, sem explicitar perdão, ou sem pedir permissão. O quinto, e não menos importante, está relacionado às sequelas que não desejamos, esperamos ou estamos preparados – o que captamos com todos os sentidos, os medos insistentes, as perdas resistentes, o que tentamos entender, e as questões sem respostas que nunca conseguiremos resolver (um algo a mais diferente, vindo do psiquismo).

 

 

No sexto tino (mesmo com essa cacofonia), aquilo que mexe no tutano, no miolo, no âmago e no íntimo da mente, a busca do autoconhecimento, do conhecimento, e, com frequência, até mesmo do autoconvencimento. Os herdeiros nossos: os filhos, os livros, o que obtemos do trabalho, o legado do nosso dia a dia. Talvez isso tudo, não sejam somentes tinos, sejam sim, escolhas, acasos ou destinos, ou algo que vem pendurado nos efeitos das nossas ações. Entender a essência que trazemos em nós, com seus propósitos e propostas, minha licença literária permite incluir nesses dez. Neste curto corte de cartas certas (ou de certas cartas), descarto e destaco o tino e destino da consciência; essência e flor maior da presença divina, do amor maioral que devemos alçar e alcançar. Estimo terminar o nono e o décimo, com bom juízo, equilíbrio e prudência; e sem arrodeios, mal julgamentos ou desatinos, falando (simplesmente) do que fomos e somos, e da morte que teremos. Nosso destino, e a mistura desses dez tinos marcam a vida de todos, com suas belezas ou rudezas; certezas ou incertezas; riquezas ou sutilezas; filosofias ou ideologias; com seu início, meio e fim…

 

 

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