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Vulvovaginites: como lidar?

Vulvovaginites, ou apenas vaginites, são inflamações que atingem a vulva e/ou a vagina ao mesmo tempo. Essas infecções podem acometer mulheres de qualquer idade desde crianças (devido a um nível baixo de estrogênio no corpo) até mulheres após a menopausa.

Antes de explicar melhor de que forma as pacientes podem se prevenir e como devem lidar com essas doenças, uma vez diagnosticadas, falarei um pouco sobre causas e sintomas gerais e sobre os três tipos mais comuns.

Causas e sintomas gerais
As vulvovaginites podem ser geradas por alergia a algum produto usado na higiene diária, alterações hormonais, Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs), uso de roupas excessivamente apertadas ou pela proliferação de fungos e bactérias na região. Os principais sintomas são corrimento com odor desagradável, prurido constante, vermelhidão e inchaço da vulva e desconforto ao urinar. Outro aspecto para o qual se deve estar atenta é a quantidade de lactobacilos na região íntima externa, detectada a partir de exames.

Tipos
Existem vários tipos de vaginites, mas algumas ocorrem com mais frequência. A vaginose bacteriana  é a desordem mais frequente do trato genital inferior entre mulheres na idade da vida reprodutiva.  Afeta mulheres em idade reprodutiva e se prolifera por meio de relações sexuais sem preservativo e uso contínuo de duchas vaginais. Causada normalmente pela Gardnerella Vaginalis e gera um corrimento com odor forte e de cor esbranquiçada ou acinzentada. Não há indicação de rastreamento de vaginose bacteriana em mulheres assintomáticas. O tratamento é recomendado para mulheres sintomáticas e para assintomáticas quando grávidas.  O tratamento se baseia em antibióticos orais ou com a utilização de géis ou cremes de uso tópico na região íntima. Os sintomas melhoram em poucas semanas.
A tricomoníase é uma IST muito comum no Brasil, com cerca de dois milhões de casos registrados. Pode ser assintomática, mas na maioria das vezes, pode provocar inflamações no sistema reprodutivo e excretor, incluindo dor durante a relação sexual, corrimento vaginal intenso, amarelo-esverdeado, por vezes acinzentado, bolhoso e espumoso, acompanhado de odor fétido.  É causada por um protozoário flagelado unicelular, o Trichomonas vaginalis. É imprescindível que a paciente busque ajuda médica assim que os primeiros sinais aparecerem, pois quanto mais rápido o tratamento for iniciado, mais rápido os incômodos sintomas serão eliminados.

Nas mulheres, as suspeitas iniciais da doença podem ser confirmadas por meio de exames das secreções vaginais ou testes rápidos de fluxo imunocromatográfico. A partir do exame microscópico das secreções vaginais, é possível confirmar não apenas a tricomoníase como também a vaginose bacteriana, citada anteriormente. Além do tratamento medicamentoso, o ideal é que o(s) parceiro(s) sexuais da paciente  com IST como a tricomoníase também sejam avaliados e tratados.

A candidíase vaginal é um dos tipos de vulvovaginites que mais afetam mulheres no Brasil. Causada pela bactéria Candida albicans, habitante natural do organismo feminino, a infecção ocorre devido a um desarranjo na flora vaginal quando os microorganismos se multiplicam na região íntima. Diferentemente do que se pensa, a candidíase não é uma IST. A candidíase vaginal manifesta-se geralmente por corrimento branco associado a prurido. Classifica-se em não complicada e complicada.  Na candidíase não complicada, os sintomas são leves ou moderados, o agente etiológico é cândida albicans e os episódios são raros.  Na complicada os são sintomas intensos e frequência é recorrente. O tratamento se faz com antifúngicos orais ou tópicos, de acordo com o tipo de candidíase.

Prevenção
As melhores formas de prevenir as vulvovaginites são:
Não vestir roupas muito apertadas e abafadas;
Não usar sabonete comum para limpar a vulva, devido à diferença de pH;
Não usar duchas vaginais;
Não passar muito tempo com o mesmo absorvente interno;
Usar preservativo nas relações sexuais, principalmente se tiver mais de um parceiro;

Tomando esses cuidados, especialmente nas relações íntimas, não apenas o desenvolvimento das vulvovaginites é evitado, como também outras infecções vaginais e as Infecções Sexualmente Transmissíveis.

Sobre a autora:
Elaine Saraiva Feitosa é Médica Ginecologista , especialista em  Ginecologia e Obstetrícia
Mestre em Saúde Pública e Doutoranda em Saúde Coletiva

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