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A Catedral de Notre-Dame de Reims

A Catedral de Notre-Dame de Reims, localizada na região de Champagne, é considerada, ao lado da de Chartres, a catedral gótica mais importante da França. Foi construída no século XIII no local de uma igreja em que Clóvis I, primeiro rei dos Francos, ao se converter ao cristianismo, fora batizado, em 498. A região de Champagne, naquela época, já produzia um vinho espumante que, séculos depois, tornou-se mundialmente conhecido. A pequena igreja em que Clóvis fora batizado foi reconstruída, em 816, a fim de abrigar a coroação dos reis da França. Em 1211, iniciou-se a construção da nova catedral que levou 300 anos para ter a aparência que tem hoje. Durante a Primeira Guerra Mundial, a catedral foi duramente atingida por 300 bombas e, somente em 1937, a mesma foi totalmente restaurada.

Como se apresenta hoje, a Catedral de Reims é uma das maiores obras arquitetônicas e religiosas da humanidade. Joana D’Arc, a heroína protetora da França e grande líder na expulsão dos ingleses do território francês, esteve presente na coroação de Carlos VII, na referida Catedral, em 1429. Do século X ao século XIX, trinta e dois reis foram coroados na Catedral de Reims. Na dinastia francesa capetíngea (987-1328), foram construídas oitenta catedrais e quinhentas abadias, na França, sendo a de Reims uma delas. Em 1210, um incêndio a destruiu, mas a mesma foi reconstruída. Na fachada da Catedral de Reims, ao contrário de outras catedrais em que o tema é o juízo final, pode-se ver o alegre tema da coroação.

Na galeria dos reis, bem no centro, está Clóvis, símbolo da união entre a Igreja Francesa e a Monarquia, esculpido nu dentro de um barril, ou seja, uma pia batismal. Ele se converteu ao cristianismo graças à sua esposa, a rainha Clotilda, uma cristã devota. No pórtico da fachada oeste da catedral, está explícito para os fiéis franceses da Idade Média, que os reis da França como os reis de Judá tinham o direito de governar concedido por Deus, desde que fossem coroados em Reims. Na galeria dos reis, podemos ver Clóvis acima de dois reis de Judá sendo ungidos: o rei Davi e o Rei Salomão. Clóvis foi ungido, em 498, com óleo trazido do céu por uma pomba, acreditavam os franceses da Idade Média. Quando Carlos Magno foi coroado, em 814, o arcebispo mergulhou uma agulha no mesmo frasco para retirar uma gota sagrada.

Em 987, Hugo Capeto, o primeiro rei da dinastia Capetíngea também foi coroado em Reims. Em 1237, São Luiz foi coroado com outra gota de óleo sagrado de Clóvis, antes de pousar a flor-de-lis de ouro em sua cabeça e entregar-lhe o cetro e a espada de Carlos Magno. Fugindo à regra, Napoleão I foi ungido em Notre Dame, em Paris. Sente-se ao adentrar na Catedral de Reims a paz e o êxtase que os fiéis medievais experimentavam.

 

Publicado na Revista Jornal do Médico, N° 105, ano 2018

 

dra. ana

 

Atora: Dra. Ana Margarida Arruda Rosemberg, médica, historiadora, imortal da Academia Cearense de Medicina e conselheira do Jornal do Médico.

 

 

 

 

 

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