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Crônicas de Viagem: Um Dia em Paris Passeio nº. 1

Jardim e Palácio de Luxemburgo – Paris

 

O dia era 19 de setembro de 2008, aniversário de nascimento do Rose que, se vivo fosse, estaria completando 99 primaveras.  Era, também, o nosso último dia em Paris e o último de nosso giro, durante 13 dias, pela Europa. Depois de Budapeste, Praga e Viena, Paris se apresentava, para mim, como o ápice da viagem.

Acordamos cedo, eu e a Nilze, e resolvemos nos desligar do grupo, que já havia contratado uma guia brasileira, para uma programação só nossa. Afinal, estávamos em Paris e cada segundo era precioso. O dia estava lindo e o céu de um azul muito límpido nos atraía ao Jardin du Luxembourg. Pegamos a linha 8 do metrô, em frente ao nosso Hotel Brebant, e, depois, a linha 4. Saltamos em St. Sulpice e, sem tempo para apreciarmos a famosa Igreja do filme “O Código Da Vinci”, pegamos a Rue Bonaparte e a Rue de Vaugirard, caindo, assim, no tão almejado jardim. Depois de atravessarmos o Boulevard Saint Michel para equipar a câmera fotográfica com pilhas, voltamos quase voando e ganhamos o jardim, um verdadeiro oásis de 25 hectares na margem esquerda do Rio Sena. A temperatura estava agréable e o colorido das rosas enchia nossos olhos naquela manhã de outono.

No fundo do jardim, o Palais du Luxembourg, imponente, majestoso parecia nos dizer que desafiava o tempo. Em frente ao palácio o grande lago octogonal, grand bassin, nos convidada para contorná-lo tirando fotos e mais fotos. Sentamos nas cadeiras de ferro que circundam a grama bem tratada e rodeada de flores de todos os tipos, perfumes e matizes.

O Palais du Luxembourg é, atualmente, sede do senado francês. No século XVI, François de Piney, duque de Luxembourg construiu um hotel que foi comprado pela Rainha Maria de Médicis, viúva de Henrique IV, em 1612, e que mandou construir em seu local o palácio.  Daí ter herdado o nome de Luxembourg.

Muitas estátuas contornam o jardim. No seu lado direito apreciamos estátuas de várias rainhas, santas, como Genoveva, padroeira de Paris, e mulheres do povo. Contemplando o lado oposto ao palácio a visão é totalmente preenchida pela torre de Montparnasse.

Comentei com a Nilze que Sartre e Beauvoir estavam enterrados no cemitério de Montparnasse, logo atrás do jardim. Como não tínhamos tempo de ir até lá, deixei minha imaginação voar e me vi, novamente, ao lado do Rose, visitando o referido cemitério. Ele foi construído por Napoleão, no século XIX, fora das muralhas da cidade para desafogar os pequenos cemitérios que eram verdadeiras ameaças à saúde dos franceses. Inaugurado em 1824, tornou-se famoso, pois lá repousam muitos parisienses ilustres como: Baudelaire, Guy de Maupassant, Alfred Dreyfus, Auguste Bartholdi (escultor de estátua da liberdade de Nova York), André Citroën e muitos outros. Porém, o jazigo mais famoso é o de Sartre e Simone de Beauvoir, talvez pela simplicidade do mesmo em contraste com a grandeza dos filósofos. A Rue Emile Richard corta o cemitério em duas partes: le Grand Cimetière et le Petit Cimetière.

Voltando ao jardim, nossa vontade era a de ficar o dia todo lá, mas ainda tínhamos uma longa jornada pela frente. Saímos com a sensação de leveza, imaginando que Sartre e Simone de Beauvoir frequentavam aqueles bancos e lá filosofavam. Lembrei-me dos meus passeios de braços dados com o Rose e da famosa foto com meu filho Daniel, sentados nas cadeiras de ferro e de costas para a câmera do Rose.

Saímos do jardim, cruzamos o Boulevard Saint Michel e subimos a Rue Soufflot em direção ao majestoso Panthéon, nossa segunda parada.

 

 

dra. ana

 

 

Autora: Dra. Ana Margarida Arruda Rosemberg, médica CRM 1782-CE, historiadora, imortal da Academia Cearense de Medicina e conselheira do Jornal do Médico.

 

 

 

 

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