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Le Caveau des Oubliettes – Paris

Le Caveau des Oubliettes, um pequeno bar situado ao lado da Igreja Saint-Julien-le-Pauvre, no bairro de Saint-Michel, a poucos passos da Catedral de Notre-Dame, em Paris, desafia o tempo.

Seu nome se refere à antiga prisão medieval do século XII. Aqui, sob o reinado de Philippe Auguste, os ímpios eram lançados e esquecidos. Ainda são preservados no local, bancos, correntes e poços.

Esse pequeno bar, também conhecido como “o bar da guilhotina”, durante a Revolução Francesa era um porão repleto de prisioneiros que aguardavam a execução.

Transformado em cabaré no alvorecer dos anos 1920, o Caveau des Oubliettes tornou-se um clube de jazz, nos anos 1960, com grande parte de sua arquitetura medieval preservada.

Foi no passado lugar de sofrimento e dor. Hoje, lugar de diversão, é um dos mais populares clubes de música ao vivo (jazz, blues, funk, soul, world music) de Paris.

Transcrevo, abaixo, um trecho da famosa “Carta de Paris”, feita pelo Professor Rosemberg ao Dr. Tarantino, em 18 de junho de 1988, em que ele fala do Caveau des Obliettes.

“À noite, atrás da Igreja de St. Julien, entremos num café cantante sui-gêneris, que fica num subterrâneo uns 20 metros de profundidade. É o Caveau des Oubliettes que foi prisão tétrica dos séculos 12 a 18. Luis XI, Carlos, o Belo, e até as rainhas Ana d’Austria e Catarina de Medicis, tão sensível protetora das artes, trancafiavam seus inimigos políticos e simples desafetos, nas masmorras profundas desse Caveau, onde eram esquecidos e apodreciam. (daí o nome des Oubliettes). Desçamos os desgastados degraus de pedra, tendo em cada lance porta de ferro fechando lúgubres celas, até chegarmos num salão regurgitante de espectadores. Mal sentamos e nos oferecem um cognac de 50 anos!   O maître jura pela sua autenticidade e fingimos que cremos. Enquanto degustamos essa “raridade”, artistas de primeira plana executam danças populares medievais, cantam, ao som de instrumentos, autênticos antigos madrigais renascentistas nostálgicos. Por fim vem as “chansons pigalles” apimentadas, maliciosas, eróticas e muito engraçadas. È impressionante pensar que o povo parisiense já cantava essas canções licenciosas quando Estácio de Sá fundava a cidade de S. Sebastião do Rio de Janeiro. Enfim, uma noitada mil furos superior a que passaríamos no Moulin Rouge”.

 

dra. ana

 

 

Autora: Dra. Ana Margarida Arruda Rosemberg, médica CRM 1782-CE, historiadora, imortal da Academia Cearense de Medicina e Conselheira do Jornal do Médico.

 

 

 

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