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As vacinas protegem contra a infecção da subvariante da Omicron, mas não por muito tempo

Duas doses da vacina contra a COVID reduzem o risco de infecção e de doença leve pela crescente subvariante BA.2, embora a proteção diminua rapidamente.

A subvariante Omicron, BA.2, está substituindo sua versão irmã, a BA.1, como a forma dominante de SARS-CoV-2 em muitos países, o que levou os cientistas a se perguntarem, se a pandemia de COVID-19 está prestes a desorganizar essas regiões ainda de novo. Mas um estudo publicado em 13 de março mostra, que as vacinas de mRNA oferecem um grau semelhante de proteção contra as duas cepas, embora a proteção contra a infecção por SARS-CoV-2 e doenças sintomáticas, diminua meses após a terceira dose. O estudo, publicado no servidor de pré-impressão medRxiv, ainda não foi revisado por pares.

Os pesquisadores sabem há meses, que a subvariante BA.1 evita grande parte da proteção que as vacinas de mRNA oferecem, contra doenças leves a moderadas. Os cientistas rapidamente perceberam que a BA.2 se espalha mais rapidamente do que a BA.1, mas não ficou imediatamente claro, se a recém-chegada também provaria ser mais hábil em evitar as vacinas.

“A BA.2 pode ser ainda pior que BA.1, esse era o medo”, diz o Dr. Laith Abu-Raddad, epidemiologista de doenças infecciosas da Weill Cornell Medicine-Qatar em Doha e coautor do estudo.

Abu-Raddad e seus colegas realizaram um estudo observacional maciço, usando registros de vacinação e resultados de testes SARS-CoV-2, do sistema de saúde do Catar. Eles descobriram que os residentes do Catar que receberam duas doses da vacina baseada em mRNA da Pfizer–BioNTech ou da Moderna, desfrutaram de vários meses de proteção substancial, contra doenças sintomáticas causadas pela BA.1 ou pela BA.2. Mas a proteção diminuiu para cerca de 10% após apenas 4 a 6 meses, o que significa que as vacinas impediram apenas 10% dos casos que teriam ocorrido, se todos os indivíduos não tivessem sido vacinados.

A proteção contra a BA-2 não pareceu diminuir mais rápida do que a proteção contra BA-1, e uma injeção de reforço trouxe a proteção contra infecção sintomática, para qualquer uma das subvariantes, de volta para 30-60%. Dados de vigilância coletados no Reino Unido revelam uma tendência semelhante: a eficácia da vacina contra a COVID-19 sintomática é inferior a 20% para ambas as subvariantes, 25 semanas ou mais após uma segunda dose, mas aumenta para aproximadamente 70%, 2 a 4 semanas após uma terceira dose.

Os pesquisadores também analisaram o grau de proteção que as vacinas de mRNA oferecem contra doenças graves, mas para isso eles tiveram que reunir os dados dos casos de BA.1 e BA.2, uma medida necessária porque a população do Catar é fortemente inclinada para os jovens, tornando raros os casos graves de COVID-19. Somente após o agrupamento, os pesquisadores tiveram casos suficientes para alcançar resultados significativos.

Essa análise mostrou que a proteção contra a doença grave permaneceu em 68% ou mais, por pelo menos 7 meses, mesmo em pessoas que receberam apenas duas doses de vacina, e aumentaram para mais de 80%, após uma dose de reforço. Abu-Raddad diz que, como 70-80% dos casos agrupados eram da BA.2, ele suspeita que as vacinas ainda oferecem um alto nível de proteção contra doenças graves, em face dos níveis crescentes da BA.2.

Resultados promissores

O virologista Andrew Pekosz, da Universidade Johns Hopkins, em Baltimore, escreveu que, no geral, o trabalho é “um estudo muito sólido. O Catar está na liderança, quando se trata de relatar dados sobre a eficácia da vacina COVID-19, de maneira muito rápida”.

Abu-Raddad diz que os resultados lhe dão esperança, porque as vacinas previnem muitos dos piores casos de COVID-19, mesmo em resposta à BA.2. “As vacinas estão realmente funcionando muito bem, dados os desafios da evolução”, disse ele.

Pekosz concorda, acrescentando que os resultados enfatizam a importância das doses de reforço. “O foco no calendário primário de vacinação não é mais suficiente. Tem que haver planos para efetivamente vacinar as populações por meio de um reforço”, escreveu ele.

Mas daqui para frente, Abu-Raddad acha que os pesquisadores devem deixar de projetar vacinas contra variantes únicas, e se concentrar em vacinas pan-coronavírus. “Esta seria uma solução mais fundamental para o futuro”, diz ele.

Referente ao Artigo publicado na Nature

 

 

Autor:
Dr. Dylvardo Costa Lima
Pneumologista, CREMEC 3886 RQE 8927
E-mail: dylvardofilho@hotmail.com 

 

 

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