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Entrevista com Geraldo Azevedo, médico recém formado UNICHRISTUS

A área da saúde vem passando por grandes transformações quanto a evolução na medicina, digitalização e uso cada vez mais frequente da tecnologia, além de sem dúvidas exigir profissionais bem capacitados para o atendimento na saúde dos pacientes.

Em entrevista exclusiva para a equipe do Jornal do Médico, o médico recém formado pelo UNICHRISTUS, Geraldo Azevedo, nos traz algumas revelações durante a sua graduação que passou pelo momento crítico com a pandemia de COVID-19 em Fortaleza-CE, a tradição da sua família na medicina e projetos futuros.

Jornal do Médico – O que levou a fazer medicina?

Dr. Geraldo Azevedo – Venho de uma família de médicos, começando pelo meu avô, Dr. Geraldo Azevedo, o qual tive a honra de ser homenageado com seu nome; minha mãe, Dra. Riane Azevedo, anestesista; e meu pai, Dr. Valdecy Souza, radiologista. Em casa, meus irmãos Dr. Victor de Azevedo Souza, residente de radiologia, e Matheus de Azevedo Souza, interno de medicina.

Portanto, desde muito novo tenho influências positivas da medicina, desde o dia a dia dos meus pais, às conversas em mesas de restaurante, sempre sobre relatos de casos e pacientes, de modo que cresci imerso nesse mundo, o que despertou em mim a vontade de seguir os grandes exemplos acima mencionados. Ademais, todo o encanto nos olhos dos meus pais e de seus colegas ao citar casos e desfechos de como ajudaram e auxiliaram aos paciente me empolgava bastante.

A medicina tem o poder de mudar e impactar a vida das pessoas, tanto a de quem a exerce, quanto a de quem a usufrui, o que a torna única e encantadora. Em grande parte dos casos, você tem a capacidade de ajudar e de mudar a vida de pessoas apenas com seu conhecimento e seu tempo, juntamente de um carimbo e uma caneta. Poucas profissões lhe proporcionam isso.

Jornal do Médico – Conte-nos um pouco como foi sua experiência durante a graduação, visto que passou inclusive pelo crítico período da COVID-19.

Dr. Geraldo Azevedo – Iniciei a faculdade em 2016, ao lado de antigos amigos da época de colégio. No começo existiram muitos desafios e diversas novidades ocasionada pela rotina completamente diferente de qualquer coisa já vivida, mas as amizades que ali se formavam e fortaleciam deixaram a jornada mais leve. Além dos grandes mestres e facilitadores do conhecimento que compõe o corpo docente, devo um agradecimento especial ao Dr. Carlos Mota, médico cardiologista, nome da XXI Turma de Medicina Unichristus, com quem muito aprendi.

A pandemia do COVID-19 obrigou todos nós a adotarmos mudanças radicais jamais imaginadas em todos os ramos da vida. Na graduação de medicina não foi diferente, tivemos que nos adaptar rapidamente aos novos cenários, estes que todos pensávamos que logo passaria. As aulas se tornaram online, a telemedicina foi prontamente inserida no plano de ensino. Já no internato, os últimos dois anos do curso, as práticas tiveram alguns percalços, principalmente nas especialidades cirúrgicas devido à redução das cirurgias eletivas, entretanto a experiência com doenças respiratórias foi primorosa.

Entretanto, infelizmente, não fomos isentos às perdas. A pandemia abreviou a partida de grandes médicos e professores: Dr. Eusébio Rocha, ortopedista, apaixonado pelo time do fortaleza e pela música, sempre ao final das aulas deixava o recado em tom de brincadeira “Cutuca Burra”, nome de sua banda de forró; e o Dr. Ariel Scafuri, urologista, professor da UFC e orientador da LIURO (Liga de Urologia da Unichristus), e sobretudo um grande orientador e amigo pessoal.

Jornal do Médico – Quais caminhos pretende seguir na área? Fazer residência, especialização, atuar no serviço público ou privado?

Dr. Geraldo Azevedo – Pretendo fazer residência médica em Cirurgia Geral e após em Urologia, com enfoque na cirurgia robô assistida. O sonho de ser cirurgião surgiu em mim no 3º semestre de faculdade, quando dei os primeiros passos no centro cirúrgico, ao acompanhar minha mãe na anestesiologia. Logo após fiz boas amizades com renomados cirurgiões que me acolheram e me incentivaram a seguir na área por meio de suas experiências e seus exemplos. Cito aqui o Dr. Hipólito Monte, Dr. Jurandir Picanço, Dr. Geraldo Munguba, Dr. Ariel Scafuri, Dr. Amaury Mendonça, Dr. Renan Melo, Dr. Hidelbrando Mota Filho, o meu orientador do TCC Dr. Rômulo Silveira, entre muitos outros.

Além disso, almejo atuar tanto no serviço particular, quanto no público. É sabido que o primeiro proporciona mais conforto, tecnologia e agilidade no tratamento das enfermidades, entretanto, o último traz desafios, fomenta a criatividade de como fazer mais com menos, a fim de entregar o melhor resultado possível com os meios existentes.

Outra área de atuação que sempre me encantou é a docência médica, um sonho atual e que espero poder realizá-lo após as devidas qualificações.

Por fim, não posso esquecer das minha raízes, razão pela qual desejo exercer a medicina em Itapipoca/CE, cidade natal da minha mãe e em Piripiri/PI, cidade onde meu pai reside e possui sua clínica de imagem.

Jornal do Médico – Como enxerga o mercado diante da ampla concorrência com o número de médicos (+500mil) e uso de TELEMEDICINA ilimitada logo na primeira consulta e poder realizar pacientes em qualquer localidade?

Dr. Geraldo Azevedo – O Brasil, mesmo com o crescente número de faculdades de medicina, ainda carece de muitos médicos, principalmente nas cidades do interior. De acordo com a Demografia Médica do CFM, o Brasil possui 2,4 médicos para cada 100 mil habitantes, ocupando a 37° posição entre os países da OCDE (média geral de 3,5). Os números mostram que ainda há espaço pra médicos, mas que deve haver políticas estratégicas para “interiorizar” os mesmos, tornando o acesso à saúde mais democrático e acessível.

A Telemedicina vinha caminhando há alguns anos em passos lentos e sob fortes críticas, até a chegada da pandemia da COVID-19, que acelerou este processo. Atualmente os grandes convênios e seguradoras de saúde já trabalham com plataformas de telemedicina. Isto ajuda a diminuir a distância do paciente aos centro médicos, tornando o atendimento mais democrático e reduzindo os problemas de interiorização dos médicos, como o citado acima. Contudo, esta prática necessita de muita responsabilidade tanto do médico atendente, como do paciente, devido às limitações que o atendimento virtual impõe, como por exemplo a ausência do exame físico. As regulamentações legais já existem e já estão em vigor, podendo ser acessadas no portal do CFM.

 

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