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Novo antiviral potente contra a COVID-19 proporciona alívio dos sintomas a um preço mais acessível

Há uma nova esperança para a pessoa de classe média que procura alívio da COVID-19: foi demonstrado que um medicamento chamado simnotrelvir, acelera a recuperação de uma doença leve a moderada, em cerca de 1,5 dias.

 

Um ensaio clínico descobriu que o simnotrelvir, administrado na forma de uma série de comprimidos, faz efeito quase imediatamente após ser tomado, melhorando sintomas como febre, tosse e coriza.

 

O simnotrelvir “é claramente um medicamento potente. Claramente obteve um resultado positivo. E isso é bem-vindo”, diz o farmacologista de doenças infecciosas Saye Khoo, da Universidade de Liverpool, no Reino Unido.

 

 

Uma pílula contra a COVID-19 para todos

No início da pandemia, os medicamentos antivirais foram testados, principalmente em pessoas com alto risco de COVID-19 grave. Mesmo agora, a Organização Mundial da Saúde recomenda, que apenas pessoas em grupos de alto risco tomem antivirais como o Paxlovid, a pílula contra a COVID-19 nos Estados Unidos, e em muitos outros países.

 

Agora, porém, “o SARS-CoV-2 já se tornou um vírus respiratório de rotina nas populações em geral”, afirma o coautor do estudo Bin Cao, pneumologista do Hospital da Amizade China-Japão em Pequim. É por isso que ele e os seus colegas, decidiram testar o simnotrelvir principalmente em jovens com níveis de risco padrão.

 

Os investigadores combinaram o simnotrelvir com um componente do Paxlovid chamado ritonavir, que limita a degradação do simnotrelvir. Eles testaram esta combinação em mais de 600 pessoas com idade média de 35 anos, cerca de metade das quais tinham pelo menos um fator de risco, como obesidade, para doenças graves. Nenhum dos participantes teve COVID-19 grave.

 

No quinto dia após o tratamento, os níveis de SARS-CoV-2 nos participantes que tomaram simonrelvir, caíram cerca de 30 vezes mais, do que nos participantes que tomaram placebo. A capacidade do simnotrelvir de acelerar a recuperação em pessoas de risco padrão é uma reminiscência do antiviral ensitrelvir, que foi aprovado condicionalmente no Japão em novembro de 2022.

 

As desvantagens do simontrelvir são semelhantes às do Paxlovid, incluindo um sabor notoriamente ruim, e incompatibilidade com uma série de medicamentos comuns. Além disso, os investigadores pediram aos participantes do ensaio, que iniciassem o tratamento no prazo de três dias após o desenvolvimento dos sintomas: uma “janela desafiadora para testes e intervenção”, diz Khoo.

 

 

Preço como uma mudança

O simnotrelvir está disponível na China, sob autorização de uso emergencial, desde o início do ano passado. É o antiviral COVID-19 mais popular no país, e custa cerca de um quarto do preço do Paxlovid, diz Cao. Os novos dados poderão estimular as autoridades de outros países a aprovar o medicamento, possivelmente após a realização dos seus próprios ensaios clínicos, acrescenta.

 

Mas muitos médicos ainda estão mais preocupados em prevenir a hospitalização e a morte em pessoas de alto risco, por isso podem querer mais informações, antes de mudarem os seus hábitos de prescrição, diz o especialista em doenças infecciosas William Schaffner, do Centro Médico da Universidade Vanderbilt, em Nashville, Tennessee. “O benefício nos próprios pacientes onde os médicos desejam usá-los não foi demonstrado”, diz ele.

 

 

Neste ensaio de fase 2–3 de tratamento para Covid-19 leve a moderada, simnotrelvir mais ritonavir reduziu o tempo para a resolução sustentada dos sintomas em aproximadamente 1,5 dias entre os pacientes que receberam tratamento dentro de 3 dias após o início dos sintomas. O simnotrelvir apresentou mais benefícios no alívio dos sintomas respiratórios do que o placebo. Além disso, o simnotrelvir foi associado a uma diminuição adicional da carga viral até ao dia 9. O efeito antiviral mais pronunciado ocorreu no dia 5, quando a diminuição da carga viral no grupo do simnotrelvir foi 1,51 log cópias por mililitro superior à do grupo placebo. A maioria dos eventos adversos foi leve ou moderado.

 

Para pacientes com Covid-19 leve a moderada, a replicação viral e o dano viral direto são importantes impulsionadores da doença. Descobriu-se que os sintomas persistentes da Covid-19 estão associados à má qualidade de vida. No entanto, os benefícios dos medicamentos antivirais na redução do curso da doença, ainda não foram totalmente determinados. No ensaio Avaliação da Inibição da Protease para COVID-19 em Pacientes de Risco Padrão (EPIC-SR), nirmatrelvir mais ritonavir não acelerou o alívio sustentado de 11 sintomas.

 

Estudos observacionais indicaram que mesmo na população vacinada, o uso de nirmatrelvir está associado a uma menor mortalidade entre os idosos ou pessoas com risco aumentado de progressão da doença. Devido à ausência de eventos, não podemos avaliar o efeito do simnotrelvir na redução do risco de progressão da doença neste ensaio. Como as análises de subgrupos no estudo não tinham poder adequado e não foram corrigidas para erros tipo I, elas não devem ser usadas para tirar conclusões definitivas sobre a eficácia, e a aparente diferença nas estimativas pontuais em diferentes subgrupos deve ser interpretada com cautela. Planejamos realizar estudos observacionais do mundo real, bem como ensaios de fase 4 para avaliar melhor os desfechos, como morte e progressão da doença, bem como determinar a eficácia em diferentes subgrupos.

 

O evento adverso mais frequente que ocorreu com maior incidência no grupo simnotrelvir do que no grupo placebo foi um aumento no nível de triglicerídeos no sangue. Este evento adverso também é comum em associação com outros inibidores de 3CLpro, incluindo nirmatrelvir e ensitrelvir. A farmacovigilância pós-autorização é importante, assim como o monitoramento rigoroso do perfil de segurança do medicamento em populações maiores em ambientes clínicos do mundo real.

 

Neste ensaio, a administração precoce de simnotrelvir mais ritonavir foi eficaz na redução do tempo até à resolução dos sintomas em pacientes adultos com Covid-19, sem preocupações de segurança evidentes.

 

“O resultado final é que acolhemos todos os novos medicamentos, mas nenhum desses medicamentos é a última palavra em antivirais COVID-19”, diz Khoo.

 

 

Referente ao artigo publicado em New England Journal of Medicine.

 

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