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Especialista traz atualizações mais recentes sobre Sarcopenia em artigo

Conceito

Sarcopenia é a perda de massa e força nos músculos esqueléticos em decorrência do envelhecimento, podendo ocorrer em faixas etárias mais precoces. Um terço da massa muscular se perde com a avanço da idade, a partir dos 40 anos (queda de 0,5% ao ano, passando até cerca de 1% ao ano a partir dos 65 anos).

 

Epidemiologia

O aumento na expectativa de vida da população mundial tornou a sarcopenia um problema de saúde pública, demandando adaptações ambientais à população cada vez maior de idosos. As estimativas sugerem que, de 1996 a 2025, a população de idosos aumentará em torno de 200% nos países em desenvolvimento. No Brasil, nos últimos 60 anos, esta população aumentou de 4% para 9% – um acréscimo de 15 milhões de indivíduos. Em 2025, as estimativas apontam para acréscimo de 33 milhões de idosos, tornando o Brasil o sexto país com maior população de idosos no mundo.

 

Síndrome de Fragilidade

Dentre as doenças relacionadas à senescência, as mais prevalentes são alterações sensoriais, doenças ósseas, cardiovasculares, diabetes e sarcopenia. A sarcopenia pode impossibilitar a vida independente dos idosos, que passam a necessitar de assistência e cuidado constantes. Dificulta a manutenção do equilíbrio estático e/ou dinâmico, tornando a marcha instável, o que pode resultar em quedas e suas consequencias (imobilismo e  aumento da morbi-mortalidade). As quedas costumam ocorrer durante as atividades diárias realizadas pelos idosos enquanto realizam atividades normais do dia-a-dia. Especialmente quando combinada à osteoporose, torna esta população muito vulnerável a quedas, fraturas, incapacidade, dependência, hospitalização recorrente e mortalidade. É uma das variáveis utilizadas para definição da síndrome de fragilidade. Esta síndrome representa vulnerabilidade fisiológica relacionada à idade, pela deterioração da homeostase biológica e capacidade de adaptação às situações de stress. A síndrome de fragilidade tem sido reconhecida como condição clínica distinta com base biológica própria, não explicada apenas pela senescência – a definição exata dos critérios ainda é controversa. Outros indicadores incluem perda de peso recente, especialmente massa magra; fadiga; quedas freqüentes; diminuição da velocidade da caminhada e redução da atividade física, todos relacionados ao desempenho do sistema musculoesquelético.

 

Diagnóstico

Além da clínica, parâmetros objetivos de acompanhamento podem ser obtidos mediante densitometria óssea de corpo total para avaliação da composição corporal – massa óssea, massa magra e massa adiposa total. As vantagens dessa técnica são a praticidade, tempo curto de exame, baixo custo e boa reprodutibilidade.

 

Tratamento

Reposição Hormonal

A reposição estrogênica em mulheres não se mostrou efetiva. Atualmente, a maior promessa é a reposição de testosterona, particularmente em homens hipogonádicos, já que aumenta a massa e a força muscular. São necessários, entretanto, mais estudos para a avaliação de outros desfechos, como a redução do risco de quedas e de fraturas, diminuição da institucionalização e aumento da independência funcional em idosos. Além disso, a segurança desta terapia a longo prazo ainda não foi completamente elucidada.

 

Reposição de GH

A reposição de GH em idosos não aumenta a força muscular nem potencializa os ganhos com treino de resistência. Estratégias alternativas, como administração de hormônio liberador do GH parecem promissoras, porém o elevado custo do tratamento e a falta de evidências científicas sobre os benefícios desta terapia em idosos sarcopênicos é a principal limitação.

 

Exercício

A sarcopenia pode ser evitada e revertida com a prática regular de atividades físicas, que estimulam o ganho de massa muscular e melhoram o equilíbrio e o controle motor, prevenindo quedas. O papel da reabilitação é muito importante neste âmbito, sendo fundamental o acompanhamento destas atividades por profissional de educação física, definindo programas adaptados às restrições que cada idoso apresenta.

 

Sobre o autor:

Dr. Alex Guedes é professor Associado-Doutor; Chefe da Disciplina de Ortopedia e Traumatologia; Faculdade de Medicina da Bahia, Universidade Federal da Bahia.

 

 

 

 

 

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